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O bate-chapas bom ouvinte

O bate-chapas bom ouvinte

José Duarte Simões, presidente da Junta de Freguesia de Espinheiro

É um homem calmo e ponderado, até tímido quando não tem confiança com as pessoas. José Duarte Simões, presidente da Junta de Freguesia de Espinheiro, Alcanena, gosta sempre mais de ouvir do que de falar porque, como diz, a ouvir aprende-se muita coisa.

Está na política não pela política, mas porque preza o bem estar dos que o rodeiam e o desenvolvimento da terra que o viu nascer, há 51 anos. “É disto que eu gosto, de ver a terra a crescer e a ficar bonita”, afirma José Duarte Simões, adiantando que gosta mais da terra do que da política.Deixou a escola cedo, porque o dinheiro não abundava na família. Deu os primeiros passos no mundo do trabalho atrás de um balcão de uma pensão, em Santarém. Aos 15 percebeu que não era aquilo que queria para o seu futuro e decidiu abraçar a sua paixão – ser bate-chapas.Um primo, que tinha a mesma profissão, deu-lhe a mão. Aprendeu o ofício na oficina do primo, situada na capital de distrito, e por lá ficou até aos 25 anos. Rumou a Rio Maior, onde esteve a trabalhar mais dez anos até que, aos 35 anos, achou que era altura de se estabelecer por conta própria. Foi quando abriu a sua oficina de bata-chapas em Alcanede.“Desde que haja serviço o negócio é sempre rentável”, responde quando se lhe pergunta como vai a actividade. Mas os tempos já foram melhores.Foi presidente da Junta do Espinheiro há 17 anos, na altura convidado pela CDU. Estava em segundo lugar da lista, mas teve de assumir a presidência depois da demissão do cabeça de lista.Mas também não fez todo o mandato. Ao fim de três anos zangou-se com o então presidente da Câmara de Alcanena, o socialista Carlos Cunha, e acabou por dar o lugar a outro.Em 2001, foi novamente convidado a assumir os destinos da freguesia, pela lista do ICA - Independentes pelo Concelho de Alcanena. Uma oportunidade que não desperdiçou porque acredita que a alternância é salutar.“É bom mudar de vez em quando, para não haver uma acomodação ao lugar. E a mudança traz sempre novas ideias”, diz.Todos os dias, antes de pegar ao trabalho, José Simões passa pela junta, despacha o que há a despachar e define que serviços o funcionário irá executar. Os tempos livres são poucos e a própria família, mulher e dois filhos, são relegados para segundo plano.“É só trabalho e junta”, refere, adiantando que não são raras as vezes que houve os queixumes da mulher. “Ela está sempre a dizer que eu gosto mais da junta que da casa”, diz o presidente. Que já pouco tempo tem até para o que costuma fazer quando quer desanuviar a cabeça – cuidar da horta e da vinha. “Quem está nisto por gosto tem de estar sempre atento aos anseios da população, tem de ouvir as suas queixas e as suas críticas e isso implica muito tempo por fora”.É adepto do Benfica e foi tesoureiro do Atlético Espinheirense durante 15 anos. No ano passado foi eleito juiz da festa em honra de Nossa Senhora da Encarnação, o maior evento anual da freguesia. Nos 15 dias que goza em férias gosta de viajar, ir até ao Algarve onde a filha mais nova está a acabar o curso de turismo, ou até à França, para visitar um compadre.
O bate-chapas bom ouvinte

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