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Um dia de trabalho normal

Um dia de trabalho normal

Pessoal de serviço já está habituado a passar o Natal fora de casa
Na consoada e no dia de Natal os médicos e enfermeiros dos hospitais de Vila Franca de Xira e de Santarém envergam um barrete de Pai Natal. Um adereço para tornar a sinistra bata branca menos “fria”. Para os profissionais, tirando isso, trata-se de um turno normal com trabalho idêntico a outros dias. Em Vila Franca, diz a enfermeira chefe do serviço de pediatria, Jesus Lino, os pais das crianças internadas costumam levar bolos na véspera e dia de Natal. Os profissionais que estão de serviço também levam doces de casa e, alguns, o tradicional bacalhau com couves que é depois aquecido no micro-ondas. Para além da confraternização “espontânea”, o hospital não prepara nada de especial para esta data em termos de alimentação. Tal como em Santarém, onde a comida é igual à de outros dias, conforme explica a médica Aldina Lopes, directora da pediatria. O bolo-rei não falta em nenhum hospital. Na unidade de Torres Novas não há o hábito de enfiar o barrete encarnado, mas todos os anos o pessoal de serviço constrói um presépio com os meninos doentes que podem andar. Na consoada o refeitório está aberto até mais tarde, por volta das 23h00, para que as pessoas que estão de serviço possam confraternizar um pouco. Para quem está a trabalhar o que mais custa é não estar próximo da família. Mas, como diz a enfermeira Sandra Ferreira, só custam as primeiras horas, depois “habituamo-nos”. A profissional que trabalha na pediatria de Torres Novas vai este ano, pela segunda vez em três anos, passar a consoada no hospital. Para a pediatra Julieta Morais, do mesmo hospital, quando um profissional de saúde tem que trabalhar nesta época festiva está também a contribuir para o espírito natalício. “Estamos a ajudar quem precisa… e isso também é Natal”.Hospitais evitam ter crianças internadas no NatalNo dia 24, à hora da ceia de Natal, a directora do serviço de pediatria do Hospital de Santarém gostava que não houvesse uma única criança a ocupar as camas da unidade. Aldina Lopes faz todos os possíveis para que todos os meninos possam ir passar a noite de Natal a casa com a família. Em Vila Franca de Xira, no Hospital Reynaldo dos Santos, a enfermeira chefe, Jesus Lino, vai-se inteirando do estado de saúde das poucas crianças que este ano estão internadas no serviço. Se tudo correr como em anos anteriores, antes do velho de barbas brancas descer pela chaminé a maioria dos doentes estará a dormir em casa. Uma vez, há uns anos, Jesus Lino esteve a trabalhar no dia de Natal com apenas uma criança internada, com uma fractura. Na pediatria do Hospital de Torres Novas também existem indicações para dar alta ao maior número de doentes. “Isso dá mais ânimo aos pais que estão tristes com as doenças dos filhos”, esclarece a pediatra Julieta Morais. Quem tiver que passar a consoada no hospital tem direito a algumas benesses que não são dadas em época normal. O horário e o número das visitas é alargado, para além do acompanhante (pai ou mãe) ter direito a ficar 24 horas por dia junto do descendente. Antes do dia 25 há distribuição de prendas nos três hospitais. Em Vila Franca alguns hipermercados e os escuteiros costumam levar brinquedos às crianças. Em Santarém é o serviço que organiza a distribuição de presentes que são oferecidos pela casa do pessoal e pela Liga dos Amigos do Hospital. Em Torres Novas a administração compra os brinquedos que se juntam aos dados pelas empresas da região. Santarém faz festa para meninos doentesEste ano repetiu-se a tradição. Médicos, enfermeiros e auxiliares do serviço de pediatria do Hospital de Santarém organizaram uma festa natalícia para as crianças internadas. Feita com a prata da casa, a festa dirigem-se também aos meninos que têm doenças crónicas ou que são acompanhados com regularidade na unidade hospitalar.Houve um teatro com alunos da Escola do Primeiro Ciclo de S. Bento, em Santarém, e Joana Duarte, irmã de uma médica do hospital, fez o papel de contadora de histórias. Pediatras, enfermeiros e funcionários treinaram canções de Natal e animaram a festa que decorreu na sala polivalente. A iniciativa demonstra a dedicação das pessoas que constituem o serviço e é uma forma de tornar o Natal de muitas crianças doentes mais alegre. Para além da distribuição de prendas e do envolvimento entre os profissionais da bata branca e as crianças, pretende-se também abrir as portas do hospital à comunidade. A participação dos alunos da Escola de S. Bento na festa insere-se num projecto lançado este ano que visa desmistificar alguns conceitos e afastar o medo que as crianças têm dos hospitais. Segundo a educadora de infância do hospital, Liliana Gabriel, todos os meses um técnico vai à escola falar sobre temas de saúde. A última acção foi sobre a higiene oral. Realizam-se também visitas de escolas ao hospital para que os pequenos alunos percam o medo das batas brancas.
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