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“O trabalho não nos mete medo”

Associação Desportiva de Mação passa o ano no primeiro lugar do distrital da primeira divisão

Para quem anda desatento a presença da Associação Desportiva de Mação nos primeiros lugares do distrital pode parecer estranha. Formada por jogadores que já passaram por equipas de escalões superiores, a formação orientada pelo treinador-jogador Mazo está a dar cartas e reparte o primeiro lugar com o Ouriquense.

Trabalho, humildade, honestidade e solidariedade foram as quatro palavras escolhidas pelo treinador-jogador Mazo para definir a carreira da Associação Desportiva de Mação no Campeonato Distrital da Primeira Divisão, onde nesta altura se encontra no primeiro lugar da geral, em conjunto com o Ouriquense.Para Mazo, a carreira da Associação Desportiva de Mação no campeonato distrital só é surpresa para quem não está muito familiarizado com o futebol do distrito. “Temos um plantel muito homogéneo, formado na sua maior parte por jogadores de excelente categoria, que já passaram por clubes da terceira e segunda divisão. Temos jogadores jovens e ambiciosos e contamos com uma directoria que paga a tempo e horas, por isso digo que a carreira da equipa só pode surpreender por ser de Mação, uma vila pequena mas bastante laboriosa, que fica algo distante dos meios de decisão do futebol”.O treinador do Mação, a quem a direcção do clube apenas pediu a manutenção, é um homem mais ambicioso. “Nós no grupo de trabalho temos um lema muito forte. O trabalho não nos mete medo. Puxamos todos para o mesmo lado. Desde o roupeiro ao treinador principal e aos directores do departamento de futebol, existe uma união muito forte que nos leva a ultrapassar as dificuldades com alegria”, referiu Mazo.A ordem em Mação é pensar jogo a jogo. “Respeitamos todas as equipas por igual, joguemos em casa ou fora, sempre com a convicção de que todos os jogos são para vencer e isso faz com que nós dentro do campo lutemos até à exaustão pela vitória. Felizmente as coisas têm corrido bem e os nossos objectivos estão a ser claramente alcançados e mesmo superados. Mas vamos manter a cabeça fria e vamos continuar a lutar porque ainda falta muito campeonato e até ao fim ainda tudo pode dar uma grande volta”, disse com cuidado o treinador Mazo.“Estamos com todo o mérito em primeiro lugar, mas mantemos os pés bem assentes no chão. Temos um grupo de trabalho muito unido, a amizade que nos une aos directores do futebol ajuda muito a estabelecer pontes fortes entre o grupo. Temos conseguido tirar partido da grande qualidade dos jogadores que estão ao nosso dispor e o grupo tem correspondido em pleno dentro do campo, é nessa união e amizade que tem assentado todo o êxito que temos tido”, garantiu o treinador-jogador do Mação.Embora concentrado na sua equipa, Mazo não deixa de destacar as equipas do Ouriquense e Amiense como os seus principais opositores. “São equipas muito fortes, que se apetrecharam muito bem, mas é preciso também não perder de vista equipas como o Benavente, o União de Santarém ou o Coruchense, que podem ter ainda uma palavra a dizer no campeonato”, referiu.O apoio da direcção tem sido o possível. Mazo não pede demais e prefere que se continue a primar pela honestidade. “Temos que saber viver com o que temos e com o que podemos. É preferível ter pouco e bom do que muito e sem qualidade. É muito importante chegar ao final do mês e honrar os compromissos, por isso estou satisfeito com o que tenho à minha disposição”, garantiu Mazo, recusando para já a contratação de mais algum jogador.A eventualidade de subir de divisão não assusta o técnico do Mação, embora reconheça que ainda faltam estruturas físicas e humanas para que a Associação Desportiva de Mação seja um clube com estatuto nacional. “Temos que ser realistas, falta muita coisa ao clube. A direcção funciona no acompanhamento do grupo de trabalho, porque existem o Carlos Pedro e o Leonel Lopes, que nos acompanham de uma forma excelente. Trabalham dia e noite para que nada nos falte, mas depois não há muito por detrás deles. A nível do campo de futebol são necessárias obras de alguma envergadura, como a colocação de um piso sintético”, refere Mazo, que apesar de tudo não descura a hipótese da subida. Direcção reconhece lacunas Carlos Pedro e Leonel Lopes, os dois dirigentes do departamento de futebol da Associação Desportiva de Mação, concordam com Mazo na questão das infra-estruturas. “Temos consciência de que é preciso melhorar as condições de trabalho no clube. Em conjunto com a Câmara Municipal de Mação estamos a trabalhar para podermos dar uma prenda ao grupo de trabalho, talvez já na próxima época seja possível ter o piso sintético”, referiu com esperança Carlos Pedro.Os dirigentes garantiram que a aposta continua a ser a da manutenção. O que vier por acréscimo será bem-vindo. Mas é preciso mais gente para trabalhar. “ Mação é dos clubes que leva mais gente ao campo de futebol, mas depois isso não se traduz em pessoas para trabalhar, não existe uma grande vontade de ser dirigente, toda a gente se acomoda e isso torna as coisas muito difíceis”.Curiosamente a Associação Desportiva de Mação, que é actualmente o melhor veículo de divulgação do concelho no exterior, tem apenas cerca de duzentos sócios pagantes. “É muito pouco para um concelho que tem dez mil habitantes. Precisamos de mais. Mas somos nós que estamos a tentar incutir uma dinâmica desportiva na própria população, e a carreira da equipa está a ser importante para que isso vá acontecendo”, referiu Carlos Pedro.Para além do futebol sénior, o Mação desenvolve ainda ginástica de manutenção feminina e masculina, e futebol jovem com as categorias de escolas, infantis e iniciados, e também futsal feminino. “Nessas pessoas todas se calhar não há uma que seja sócia”, referiram os dirigentes, que acrescentaram que não existe uma cultura desportiva em Mação que leve as pessoas a ligarem-se mais ao clube.

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