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Ouriquense com a casa às costas

Ouriquense com a casa às costas

Treinador da equipa do concelho do Cartaxo diz que se o clube subir será um milagre
O Estrela Ouriquense, a par do Mação, é o “campeão” de Inverno do campeonato distrital da I Divisão. A duas jornadas do meio da prova, a equipa do concelho do Cartaxo reparte o comando com os macaenses, com quatro pontos de avanço sobre o Amiense, cinco sobre o Benavente e sete sobre o União de Santarém.Mas a vida não tem sido fácil para o clube. O campo sintético, que deveria estar pronto antes de começar o campeonato, ainda não arrancou e a equipa anda desde o início da época com a “casa às costas”.“Temos 13 jogos para o campeonato mas se calhar já fizemos trinta. Todas as semanas nos deslocamos para treinar com outras equipas pois aqui não o podemos fazer”, refere o treinador da equipa, Jorge Peralta.Nas primeiras semanas da época a equipa montou o seu “estaleiro” em Valada, treinando e jogando no relvado do Ribatejano Futebol Clube Valadense. No entanto o piso não aguentou e cedo a direcção do Ouriquense teve de procurar outras opções, treinando em campos emprestados por outros clubesMas a situação causou um grau de saturação muito grande nos jogadores e equipa técnica e ultimamente os treinos têm decorrido em metade do campo de apoio de Vila Chã de Ourique, uma vez que a outra parte não tem iluminação.Mas os problemas não se ficam por aqui. “Ainda esta semana fizemos banho de emersão no corredor dentro de uma tina de pisar uvas”, refere Jorge Peralta. O treinador lamenta que a população não acompanhe mais a equipa, que está a conseguir os melhores resultados de sempre. “Temos apenas o presidente e roupeiro e são eles que fazem tudo”, reforça.Essas são algumas das razões para alguma quebra de rendimento da equipa que nos últimos três jogos apenas ganhou uma vez e sofreu a primeira derrota da época, com o modesto Atalaiense.As lesões, os castigos e o cansaço têm feito o resto. O plantel é composto por apenas 18 jogadores e quando há dois ou três atletas que não podem jogar, as coisas complicam-se, até porque o dinheiro não abunda.“Estávamos a pensar ir buscar um jogador para substituir o Ruas, que abandonou o clube, mas depois do jogo de Benavente se calhar temos de pensar bem. Do meio campo para a frente temos várias soluções mas precisamos de pelo menos um bom central. Mas se vier alguém terá de ser com o dinheiro do Ruas, que foi embora, e do Tiago, que saiu logo no início da época. Não vamos fugir um cêntimo ao nosso orçamento”, salientou o treinador.Jorge Peralta desmente a ideia de que o Estrela Ouriquense nada em dinheiro e diz que são os jogadores que levam os seus carros para os treinos e pagam os almoços antes dos jogos. O técnico confirma ainda que o clube teve dois meses em atraso mas garante que as contas foram acertadas esta terça-feira. “Pode faltar um ou outro prémio de jogo mas o resto está tudo em dia. São situações normais. As empresas passam por uma grande crise e não apoiam como antes e os clubes cada vez têm mais dificuldades”, remata.Apesar das dificuldades, o técnico do Ouriquense está confiante em atingir os objectivos a que se propôs, que passam por ficar entre os cinco primeiros. “Desde o princípio que digo isso e não tiro uma vírgula”, refere acrescentando que se calhar o melhor para o clube nem é subir de divisão.Ainda há muito campeonatoO Ouriquense não está obcecado com a subida e o treinador considera que há uma mão cheia de equipa que ainda podem legitimamente sonhar com a subida: “o Amiense, com novos reforços e novo treinador, com uma estrutura directiva e um público fantástico; o União de Santarém que também é uma equipa forte; o Benavente, que é uma equipa muito difícil e que vai roubar muitos pontos; e o Coruchense que com esta mudança de treinador também ainda pode ter uma palavra a dizer”.Sobre o Mação, que está em igualdade pontual com a sua equipa no comando do campeonato, Jorge Peralta considera que é um clube que tem jogadores que subiram com o Abrantes aos nacionais e alguns jogaram mesmo na terceira divisão, caso do treinador Mazo, e não está nada surpreendido com a carreira da equipa do norte do distrito. “Nove pontos é pouco mas ainda falta muito campeonato e ainda temos de jogar todos contra todos”, completa.
Ouriquense com a casa às costas

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