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Um caçador sensível

Silvino da Silva Lúcio, presidente da Junta de Freguesia de Aveiras de Baixo
Nasceu na maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, mas garantiram-lhe que “foi feito” em Aveiras de Baixo, Azambuja, onde regressou aos seis anos. Ali passou toda a juventude, excepto um hiato de tempo quando frequentou o antigo quinto ano na Escola Industrial de Santarém e, mais tarde, o curso geral de mecânica, em Vila Franca de Xira. Casou aos 19 anos, tem dois filhos e já é avô. Aos 46 anos, Silvino da Silva Lúcio tem o dia ocupado de manhã à noite. O presidente da Junta de Freguesia de Aveiras de Baixo iniciou-se novo nas lides autárquicas, logo a partir dos 28 anos. O gosto de participar na vida cívica e associativa, em comissões de festas, angariações e outras obras na freguesia, valeu-lhe o convite para assumir os destinos da freguesia.Entretanto passaram quatro mandatos. “Na primeira vez nem sequer conhecia o presidente da câmara. Na estreia consegui a vitória por maioria relativa mas, desde então, consegui três maiorias absolutas”. Mas apesar disso, diz saber que “é preciso ler nas entrelinhas e escolher o momento oportuno para sair de cabeça erguida”, confessa. Anteriormente, trabalhou na construção civil com o pai e, durante 20 anos, esteve ligado a uma empresa de produção de componentes de plástico para baterias de automóveis. Há três anos, o presidente da Câmara de Azambuja, Joaquim Ramos (PS), convidou-o para ser seu adjunto.O presidente da junta de freguesia é também líder da Comissão Política Concelhia de Azambuja do PS e vice-presidente do Centro Social Paroquial de Aveiras de Baixo. Fora da actividade pública gosta de descontrair na caça, actividade que lhe traz “paz de espírito” e onde esquece os problemas.Quando está de férias, Silvino Lúcio aproveita para se juntar a um grupo de cinco amigos que se vem reunindo desde há 22 anos para ir fazer pontaria aos tordos. Em casa possui algumas armas que o pai já possuía e outra que comprou. Um dos filhos também já é caçador. Os destinos das caçadas costumam ser as herdades de Vale Paraíso e Vale dos Fornos, ambos no concelho. “Muitas vezes estamos ali horas a aguardar que os tordos passem”.De resto, Silvino Lúcio tem gosto em falar com as pessoas e ir jantar fora com a família. Em casa confessa que a televisão serve mais para adormecer no sofá do que para ver qualquer programa. O que já não acontece com a leituras de jornais regionais e nacionais para estar informado. “A primeira coisa que faço de manhã é ver o noticiário da RTP”, acrescenta.No que respeita a outras leituras, Silvino Lúcio admite que não é grande leitor, “nem cliente de óperas, recitais e eventos do género”, diz em tom de brincadeira. Na música, os Pink Floyd marcaram a sua época.É benfiquista e “bom pai de família”, mas bem menos fervoroso do que costumava ser. Cada vez que vê jogos na televisão as coisas não correm muito bem. “A última vez que fui ver um jogo, já no novo estádio, foi o Benfica-Lazio. Já fui sócio e, nos bons tempos, costumava ir ver todos os jogos na Luz”, recorda.Em 1999, Silvino Lúcio viveu um episódio que o marcou. As fortes chuvadas originaram inundações nas habitações dos Casais da Lagoa. Alertado para o local, o autarca viu uma casa em perigo e, por sua conta e risco, decidiu partir o muro para libertar a água. “No final, o dono da casa, que tinha sido candidato pela CDU, disse às pessoas que ali estavam: ‘Isto define as pessoas’”, recorda Silvino Lúcio com os olhos brilhantes a quererem verter, confessando ser uma pessoa sensível.

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