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Rica piscina

Rica piscina

Complexo Desportivo de Vila Franca de Xira custou 3,2 milhões de euros

Trinta e sete anos depois da inauguração da primeira piscina da região, Vila Franca de Xira inaugurou, no mesmo local, um moderno complexo preparado para competições internacionais e para o lazer. A requalificação e cobertura da piscina custou 3,2 milhões de euros. “É uma rica piscina”

Manuel Vicente, 64 anos, assistiu à inauguração das piscinas de Vila Franca de Xira, no Verão de 1967, e 37 anos regressou ao local da festa. Este operário reformado por invalidez ficou admirado com o que viu. “Isto está muito bom. É uma coisa em grande. Vamos lá ver se a sabem estimar”, disse. O sexagenário estava acompanhado de dois netos que a partir de Fevereiro serão utentes habituais da nova piscina.“Rica piscina”, comentou Isilda Borges. E a expressão caiu que nem uma luva. É que o novo complexo custou mais de 3,2 milhões de euros (640 mil contos). A obra foi financiada por fundos comunitários (1,56 milhões de euros) e pelo Instituto do Desporto de Portugal (312 mil euros). A câmara pagou 1,33 milhões de euros, quase metade do valor total.A festa da inauguração juntou mais de um milhar de pessoas no sábado, 8 de Janeiro. Dirigentes associativos, políticos e candidatos a integrar as listas de autarcas, poucos faltaram ao convite da câmara, mas a multidão estava longe das três mil pessoas previstas pela organização.A cerimónia presidida pelo secretário de Estado do Desporto e da Reabilitação, Hermínio Loureiro integrou uma visita às modernas instalações e os discursos do governante e da presidente da câmara evidenciaram a proximidade de eleições legislativas e autárquicas. O público aplaudiu os dois oradores, mas na bancada não faltaram os desabafos de alguns que consideraram as prosas “uma valente seca”.“Esta é a parte chata destas coisas”, disse Lurdes Rodrigues que veio de Alhandra para conhecer as piscinas onde conheceu o marido. “A piscina era o nosso ponto de encontro e deu alguns namoricos”, explicou. É caso para dizer que regressou ao local onde foi feliz.A piscina descoberta de Vila Franca foi das primeiras da região e recebeu utilizadores de todos os concelhos em redor. “Vinha cá muitas vezes. No Verão, não podia ir para a praia e vinha para aqui”, explicou José Santos, residente em Alenquer.Uma piscina para competição e lazerA nova piscina de oito pistas tem dimensões (50mX21m) que permitem a realização de provas nacionais e internacionais. A câmara assinou um protocolo com a Associação de Natação de Lisboa (ANL) que viabiliza a realização de competições distritais e nacionais, duas vezes por época no complexo. Em troca, a ANL apoia a formação de técnicos e de nadadores do concelho e dá apoio à realização de outro tipo de provas e iniciativas.A piscina está coberta com uma estrutura amovível que, nos dias soalheiros, pode ser aberta em poucos minutos. Equipada com um cais móvel que permite dividir a piscina ao meio em cinco minutos e duas plataformas amovíveis de elevação de profundidade que garantem a segurança das crianças e idosos com maiores dificuldades na natação. As águas são aquecidas e são tratadas com um moderno sistema por raios ultravioletas. Nos dias de competição há 289 lugares reservados para o público nas bancadas equipadas com um sistema de amplificação de som.O edifício é constituído por três pisos ligados também por elevador para facilitar o acesso a deficientes. A recepção está no primeiro piso, onde funciona um moderno ginásio de manutenção, balneários de apoio e um bar que vai servir refeições rápidas. É por aqui que se faz o acesso ao tanque exterior, de dimensões reduzidas, que foi mantido para aulas de iniciação e para utilização das crianças e idosos no Verão. O piso superior foi reservado par actividades de grupo que vão desde a ginástica de manutenção até à dança e artes marciais.No piso mais baixo, de acesso restrito, funcionam o gabinete de gestão, a sala de professores, a sala de apoio a treino, o gabinete de primeiros socorros, a arrecadação e os balneários O novo complexo vai permitir a partir de 1 de Fevereiro actividades tão diferenciadas como o pólo kayak, a aeróbica, a musculação, o Yoga, ou o aero-combat. A utilização por parte dos clubes só começa no início do próximo mês, mas até lá as pessoas podem utilizar o complexo no regime de utilização livre e sem pagar as taxas previstas. O complexo irá funcionar à segunda-feira, das 15h00 às 22h00, de terça a sexta-feira (9h00-14h00 e 15h00-22h00), sábado (9h00-13h00 e 15h00-21h00) e aos domingos e feriados só das 9h00 às 13h00.A presidente da câmara apelou à utilização do novo complexo. “Utilizem bem este equipamento fundamental para o bem-estar e saúde de todos”, disse. Maria da Luz Rosinha aproveitou a presença de eleitos e munícipes para fazer um discurso sem novidades, mas recheado de promessas na área da saúde e acessibilidades e garantiu que as piscinas de Vialonga e Forte da Casa não estão esquecidas.Nelson Silva Lopes- Comentário -Sem complexosO espaço urbano que envolve o renovado edifício das piscinas municipais de Vila Franca de Xira não é condigno com o da cidade e do equipamento de luxo que o município colocou à disposição de todos os munícipes.As barracas e as habitações pobres, assim como a paisagem poluída daquela espaço que envolve o edifício das piscinas, não foram motivo para que a autarquia poupasse no investimento. E com razão. O progresso na área da qualidade de vida que se oferece aos cidadãos não deve estar dependente do atraso ou da falta pontual de verbas para requalificação de espaços sejam eles urbanos ou habitacionais.A autarquia de Vila Franca fez bem em gastar dinheiro na renovação das piscinas municipais e em todos os equipamentos que engrandecem aquele espaço.Os cidadãos agradecem. E a autarquia só valorizará ainda mais o seu investimento se agora acompanhar a reabertura do espaço com uma campanha de sensibilização junto da população para que frequente as piscinas. Sem complexos. E com livro de reclamações no local para que os funcionários, devidamente formados, se obriguem a ser simpáticos com os utentes.Este investimento tem ainda um mérito que deve ser realçado que é o da grandeza e aparente qualidade da obra. Há uma certa tendência para poupar no espaço e na qualidade dos materiais quando se trata de investir em equipamentos públicos. Alguns políticos parecem ter medo de mostrar a grandeza de alma e de horizontes. Também não foi o caso. Que sirva então de exemplo para outras obras. E para aqueles autarcas que ainda têm neste particular muito trabalho para mostrar.JAE
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