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Falta de médicos põe serviços em causa

Falta de médicos põe serviços em causa

Centro Hospitalar do Médio Tejo confronta-se com graves problemas em Tomar e Abrantes

Nem os anúncios colocados nos jornais conseguem suprir a falta de médicos no Centro Hospitalar do Médio Tejo. Não há clínicos suficientes para garantir a entrada em funcionamento de algumas valências.

A falta de médicos pode inviabilizar a entrada em funcionamento dos serviços de Medicina Física de Reabilitação (MFR) e da Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) no Hospital de Abrantes. A administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) tem colocado anúncios nos jornais para a contratação de clínicos, mas nem assim tem conseguido encontrar profissionais interessados.A informação foi deixada pelo presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) – que engloba os hospitais de Abrantes, Torres Novas e Tomar - durante uma conferência de imprensa realizada quinta-feira, em Torres Novas. Uma sessão que serviu para divulgar os resultados financeiros do exercício de 2004, o balanço de toda actividade e as previsões e objectivos para 2005.“Este é um problema que não depende de nós”, esclareceu o administrador, que garante que vai fazer tudo para ultrapassar a situação. Para além dessas valências, outras especialidades do CHMT lutam contra a falta de médicos, como Pediatria, Medicina Interna ou Anesteologia. “Publicamos anúncios, mas as vagas não são preenchidas. A maior parte das respostas são de profissionais estrangeiros que a Ordem dos Médicos não reconhece e no CHMT não entra nenhum médico que não seja reconhecido pela ordem”, diz Joaquim Esperancinha.Para Torres Novas tem sido mais fácil encontrar médicos que queiram fazer urgência do que para Abrantes e Tomar. Segundo, Francisco Morgado, director clínico do centro, Torres Novas é o limite da distância para os clínicos vindos dos grandes centros urbanos.“Não podemos obrigar um médico a ir para Tomar ou Abrantes se eles não quiserem”, afirmou acrescentando que tudo farão para que não haja falhas. Mas pode acontecer que a pediatria entre de novo em ruptura em Tomar, tal como aconteceu recentemente.Na conferência de imprensa foi ainda anunciada a redução do défice do CHMT em 52 por cento - no final de Dezembro de 2004 o CHMT apresentava um saldo negativo de 8,5 milhões de euros, quando um ano antes o passivo era de 17,6 milhões. Esse foi um dos pontos mais significativos da gestão referente a 2004, a par com o aumento dos serviços prestados e o arranque de novas valências.Para 2005, as estimativas, já homologadas pelo ministro da tutela, apontam para a anulação do défice, prevendo-se um ligeiro saldo positivo no final do ano. Este resultado é obtido por um acréscimo de todos os serviços abrangidos pelos parâmetros de análise e projecção de resultados: altas de internamento, cirurgias do ambulatório, consultas externas e hospital de dia. A urgência registará também um acréscimo em 2005, o que constituiu um resultado negativo. “O aumento dos casos que recorrem à urgência significa um deficiente funcionamento dos cuidados primários, mas mesmo assim os números que prevemos para 2005 são inferiores aos de 2003”, esclareceu Joaquim Esperancinha.As principais acções para o presente ano dizem respeito, além da implementação do sistema de triagem de Manchester feita por médicos (ver caixa), à entrada em funcionamento da Unidade de Tratamento das Coronárias, sediada em Torres Novas, a abertura do internamento em Medicina Física de Reabilitação (MFR) e da Unidade de Cuidados Intensivos (UCI), em Abrantes. Por outro lado, está projectada a finalização de todo o processo de digitalização das rádiografias na unidade de Abrantes.“O nosso objectivo é instalar o mesmo sistemas nos três hospitais”, adiantou o presidente do conselho de administração. Actualmente, a imagiologia digitalizada – as radiografias são vistas no écran do computador – funciona em Torres Novas e Abrantes. Também o serviço de ambulatório médico (SAM) à Consulta Externa será extensivo às três unidades.Enquanto isso, vai iniciar-se o processo de certificação ISO 9001 do departamento de Especialidades Cirúrgicas, já concluído no serviço de Nefrologia, e a extensão do processo de acreditação Joint Commission às unidades de Abrantes e Tomar.Apresentado como francamente positivo foi a redução da lista de espera cirúrgica em 25 por cento. O tempo de espera por uma intervenção cirúrgica é presentemente de 142 dias, um pouco abaixo do que o Ministério da Saúde colocou como objectivo - 150 dias. Margarida TrincãoUrgências com triagem de Manchester Um conjunto de cores, do branco ao vermelho, vão identificar o estado de saúde dos doentes que recorrem aos serviços de urgência dos hospitais do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT). Esta triagem, conhecida por sistema de Manchester, determina o tempo máximo de espera dos doentes, que no caso menos grave pode ir até sete horas. A intenção é dar prioridade aos casos clínicos verdadeiramente urgentes.O sistema inovador na região será implantado durante o ano em curso e foi anunciado na quinta-feira pelo conselho de administração do centro, presidido por Joaquim Esperancinha.
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