A Associação de Futebol de Santarém (AFS) enviou uma carta aos árbitros para que estes tenham em conta a incompatibilidade entre as funções de árbitro de futebol e de dirigente desportivo. Partindo de uma denúncia recebida sobre três árbitros de futsal, a AFS emitiu um documento onde alerta os “juízes” para as obrigações decorrentes do Regulamento de Arbitragem e consequentes punições em caso de violação das mesmas.Segundo as normas que regem o sector da arbitragem, “a condição de árbitro é incompatível com o exercício de qualquer cargo em órgãos ou entidades ligadas à Federação Portuguesa de Futebol ou a qualquer associação de futebol, bem como a outros que, pertencendo a modalidade diferente, tenha relação ou seja uma secção desportiva de uma sociedade, clube ou associação que desenvolva também a actividade futebolística e ainda com as de comentador desportivo”.Esta norma aplica-se a todos os árbitros e árbitros assistentes, bem como a observadores, monitores e cronometristas dos quadros das associações distritais.O presidente da Associação de Futebol de Santarém (AFS), Rui Manhoso, explicou ao nosso jornal que o sistema informático não consegue detectar quando um dirigente se inscreve se ele é árbitro ou não – e vice-versa – mas garante que sempre que for detectada qualquer infracção, quer o árbitro quer o clube serão punidos de acordo com os regulamentos.Rui Manhoso não quis avançar com muito pormenores sobre os casos detectados, garantindo apenas que a AFS agiu em conformidade e os três casos identificados foram resolvidos de imediato.Nomeações controversasAs nomeações para o passado fim-de-semana provocaram alguma polémica e desconforto quer entre os dirigentes dos clubes, quer entre os próprios árbitros. Foi com alguma estranheza que o Conselho de Arbitragem nomeou para o jogo Águias - Barrosense a equipa constituída por João Pedro Oliveira, João Luís Matos e Ricardo Monsanto, sendo que o primeiro é filho do presidente do Glória do Ribatejo, que está em luta directa com o Águias para a subida na Série C, da segunda divisão distrital. O clube de Alpiarça protestou e o jogo acabaria por ser arbitrado por Pedro Lopes, João Gomes e José Manuel.Também a jovem Carla Cordeiro estava nomeada com os seus assistentes Carlos Nogueira e Hugo Silva para o jogo Glória - Salvaterrense, da mesma série, mas foi desnomeada desse encontro e acabou por ir apitar o Águias - Barrosense.Como não há duas sem três, António Henriques, que ainda há algumas semanas saiu em defesa dos árbitros que apitaram o jogo de juvenis Lapas-Pernes, no célebre caso da máquina da imperial dentro do balneário, e que é irmão do presidente do clube do concelho de Torres Novas, foi nomeado como assistente para o jogo de juvenis entre o Vasco da Gama e o Pernes. O árbitro foi o seu filho, Nuno Henriques.Felizmente para todos, os árbitros em causa acabaram por realizar boas exibições e pelo que O MIRANTE conseguiu apurar não se registaram quaisquer problemas em nenhum dos campos.O pior seria se algum dos árbitros tivesse alguma decisão polémica ou uma tarde infeliz. Ai certamente que os dirigentes dos clubes se iriam queixar e provavelmente não haveria muitas justificações para tão estranhas nomeações.O MIRANTE tentou encontrar respostas junto do presidente do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Santarém, mas Domingos Tarouco escusou-se a fazer qualquer comentário, mesmo sem saber qual era o assunto.