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Urgências à beira da ruptura

Urgências à beira da ruptura

Hospital de Santarém com dificuldades para dar resposta em termos físicos e humanos

As urgências do Hospital de Santarém vão ser alargadas, para dar melhores condições a utentes e profissionais de saúde. Os serviços encontram-se actualmente à beira da ruptura. Situação agravada pelo acréscimo de procura causado pelo surto de gripe.

O aumento significativo dos cuidados de saúde prestados pelo Hospital de Santarém S.A. nos últimos dois anos colocou a nu as debilidades da unidade ao nível das instalações e dos recursos humanos. Um dos exemplos mais flagrantes passa-se no serviço de urgência, que este ano já sofreu um aumento de procura de 18 por cento face a igual período do ano anterior, sobretudo devido ao surto de gripe. Desde o início do ano passaram diariamente por esse serviço, em média, cerca de 200 pessoas.Essa constatação foi deixada pelo presidente do conselho de administração do hospital, na quinta-feira, 17 de Fevereiro, durante um encontro com as chefias dos vários departamentos e serviços que se realizou no auditório da Escola Superior de Enfermagem de Santarém.Edgar Gouveia diz que este acréscimo de procura deixou as urgências do Hospital de Santarém em situação de “pré-falência” e anunciou a intenção da administração de alargar instalações do serviço para proporcionar melhores condições a profissionais e utentes.A falta de médicos também se faz sentir noutras especialidades, como pediatria, psiquiatria ou oncologia, mas neste momento não há serviços postos em causa, apesar das dificuldades. Essa informação foi dada a O MIRANTE por Ramiro Matos, vogal do conselho de administração, já depois da sessão onde foi feito o balanço dos dois anos de gestão empresarial do hospital e apresentados os objectivos para 2005.Tal como acontece no Centro Hospitalar do Médio Tejo, também o Hospital de Santarém tem publicado anúncios em Portugal e no estrangeiro para recrutamento de médicos, mas as respostas não têm sido muito positivas.Apesar das lacunas a nível de pessoal médico, a administração pretende continuar a investir na melhoria das instalações. Para além do previsto alargamento e reestruturação das urgências, vai haver ainda obras noutros sectores. O projecto de climatização geral vai avançar, tal como a construção de um novo edifício para as consultas externas, hospital de dia e ambulatório e a remodelação das instalações do hospital de dia de oncologia médica e do serviço de imuno-hemoterapia.“Isto não se deve a mim. Deve-se aos senhores que propuseram e são os senhores que vão executar. E acredito que atinjam esses objectivos”, afirmou Edgar Gouveia referindo-se ao orçamento e plano de investimentos para 2005, dotado com cerca de 65 milhões de euros, que no dia seguinte foi apresentado à tutela.Os documentos foram elaborados com base nas sugestões das chefias dos vários departamentos e serviços. No final da sessão, foram simbolicamente assinadas as fichas de compromisso entre a administração e os colaboradores referentes aos objectivos propostos.Balanço positivoNo balanço de 2004, Edgar Gouveia deu ainda relevo, entre outros aspectos, ao acréscimo do número de cirurgias realizadas (de 10.789 para 11.985), ao aumento das consultas externas (de 116.145 para 125.962) e à redução do tempo médio de internamento.O resultado positivo de exploração, ainda provisório, de 760 mil euros, foi igualmente focado. O administrador diz que tal só foi possível por se ter aumentado os proveitos em 11 por cento e os custos em apenas 2,5 %. Uma excepção nessa contenção foi o aumento dos custos na aquisição de medicamentos, na ordem dos 13,5% relativamente a 2003. O que, para Edgar Gouveia, é prova de que não há uma visão estritamente economicista da gestão.Os custos com o pessoal também foram “controlados”, sobretudo graças à diminuição das horas extraordinárias. A administração preferiu contratar médicos a título temporário para suprir as falhas em períodos mais complicados, como os de férias, do que recorrer ao trabalho extra dos seus profissionais.
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