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Um frio de rachar

Tomar bateu o recorde na região na madrugada de terça-feira

A região acordou na terça-feira a tremer de frio. Pouco antes do sol nascer a estação meteorológica de Tomar marcava 7,4 graus negativos, um valor jamais registado em todo o Ribatejo.

Quem na madrugada de terça-feira passada se atreveu a sair à rua em Tomar deve ter sentido bem na pele os 7,4 graus negativos que às seis da manhã foram registados pela estação meteorológica de Valdonas, situada na periferia da cidade.Uma temperatura mínima recorde, só comparável – à mesma hora e no mesmo dia – a vilas e cidades do Nordeste Transmontano e da Beira Interior, que registaram valores entre os nove (em Trancoso) e os 12,9 (nas Penhas Douradas) negativos.O centro de vigilância e informação do Instituto Nacional de Meteorologia (INM) confirma os dados obtidos pela estação de Valdonas e refere que, desde a sua instalação, em 1996, nunca foi registado ali um valor tão baixo.O INM tem actualmente cinco estações meteorológicas automáticas instaladas no distrito de Santarém – em Alvega (Abrantes), Coruche, Rio Maior, Fonte Boa (Vale de Santarém) e Valdonas (Tomar). A localizada em Tomar foi a única a registar um valor significativamente baixo, mesmo contabilizando já a vaga de frio que tem vindo a verificar-se nos últimos dias. Nas restantes estações da região os valores também foram negativos, mas substancialmente acima da temperatura registada em Tomar.Na zona de Abrantes foi verificada a temperatura mínima mais condizente com a época do ano – 1,2 graus negativos. Coruche registou menos 1,5 graus, Santarém 1,9 graus negativos e Rio Maior chegou aos 2,9 negativos. Valores que embora baixos, ficaram longe do recorde de frio registado em Tomar.Os dados foram transmitidos pelas respectivas estações automáticas para o centro de vigilância e informações do Instituto Nacional de Meteorologia e, segundo uma observadora do centro, os dados são absolutamente fiáveis.Helena Oliveira afirmou a O MIRANTE que de facto Tomar foi a estação onde foi verificada a temperatura mais baixa de entre as cinco existentes no distrito, mas não pode garantir a cem por cento que tenha sido a cidade mais fria da região.Apesar de cada estação estar instalada em pontos estratégicos do distrito, de modo a poder abranger e ser representativa da região em termos de registo de temperaturas, pode haver zonas “omissas”, onde nenhuma estação capte os valores das temperaturas.A observadora do centro de vigilância e informação do INM revela que valores como os registados em Tomar não são frequentes no Ribatejo, sendo fruto da recente vaga de frio que atingiu o país nos últimos dias. Nesta situação, disse, às vezes criam-se os chamados microclimas. E se para os habitantes da região os 7,4 graus negativos verificados em Tomar fazem história, para o Instituto de Meteorologia foi apenas um valor invulgarmente baixo verificado num dado período. “Do ponto de vista do clima, precisa-se de pelo menos 30 anos para se poder averiguar os parâmetros médios de um lugar e as suas flutuações”, referiu Helena Oliveira, adiantando que, no caso de Tomar, a estação meteorológica ainda só tem um historial de seis anos.Margarida Cabeleira

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