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Pode vir aí um Verão escaldante

Vegetação seca e charcas sem água preocupam bombeiros da região
No início deste ano um incêndio de médias proporções em Alcanede, concelho de Santarém, deixou um aviso às corporações de bombeiros da região. Se o cenário meteorológico se mantiver sem gota de chuva, o Verão pode tornar-se catastrófico. E não há planos nem meios que consigam travar fogos que se prevêem violentos e de propagação rápida. Nos quartéis dos concelhos com grandes manchas florestais reina a preocupação. Neste fogo de Janeiro arderam num ápice dez hectares de mato. Apesar das temperaturas serem baixas, houve alguma dificuldade em dominar as chamas, devido à rápida propagação facilitada pela falta de humidade da vegetação. Para Pedro Carvalho, comandante dos Bombeiros Municipais de Santarém, a existência de muita vegetação seca é um problema com o qual vai ser difícil de lidar. É por isso que o comandante da Federação de Bombeiros do Distrito de Santarém, António Manuel Jesus, prevê o aparecimento de fogos de grandes proporções, característicos dos meses de Verão, em meados de Abril. Se até lá não chover, o risco vai ser elevado. “Assim que as temperaturas subirem vão começar as complicações”, reforça o operacional que também comanda a corporação de Ferreira do Zêzere.Prevendo um cenário negro no concelho de Azambuja, o comandante da corporação local alerta para as dificuldades em fazer o abastecimento de água. Situação que, acrescenta Pedro Cardoso, vai representar bastantes dificuldades operacionais. “Ou se monta uma estratégia com pés e cabeça ou se as coisas funcionarem à antiga portuguesa, em cima da hora, vamos ter um ano catastrófico”, adverte. O estado em que se encontram algumas charcas está a causar apreensão em Mação, onde no calamitoso ano de 2003 ardeu mais de metade da área florestal do concelho. O comandante dos voluntários da vila, Pedro Jana, admite em caso de incêndio que as viaturas terão que percorrer mais quilómetros para reabastecer de água. É que alguns tanques criados nas zonas florestais apresentam sinais de estarem a secar. Realçando que a manterem-se as actuais condições meteorológicas não há prevenção, planos ou meios que resistam, Pedro Carvalho garante que na zona de Santarém há alguns tanques de abastecimento que têm muito pouca água. E coloca mesmo a hipótese de ter que transportar água dos furos municipais para esses pontos. Previsões que o levam a dizer que “o sentimento geral é de preocupação”. A operacionalidade dos meios aéreos também pode ficar limitada, segundo antevê António Manuel Jesus. Alguns cursos de água estão muito abaixo do seu nível normal, o que torna difícil o enchimento dos baldes dos helicópteros, que assim têm de percorrer maiores distâncias à procura de albufeiras. Os comandantes com quem O MIRANTE falou aconselham as pessoas a tomarem precauções, começando por limpar as zonas à volta das suas habitações. É também importante não fazer queimadas e não lançar cigarros pelas janelas dos automóveis. Porque, como diz o comandante dos municipais de Santarém, “não sei o que vai ser o Verão, mas de certeza vai ser mau”.

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