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Património, comércio e muita confusão no trânsito

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Freguesia de Marvila tem a maior parte dos monumentos de Santarém

A freguesia de Marvila ocupa grande parte do centro histórico de Santarém. É lá que se situam monumentos como o castelo e o jardim das Portas do Sol, a Torre das Cabaças, o Museu de São João de Alporão ou o Santuário do Santíssimo Milagre. É lá também que ficam serviços como o Governo Civil, a Segurança Social ou a Região de Turismo do Ribatejo. Mas é também na freguesia que ficam novos bairros como o Sacapeito, ou o W Shopping, o maior centro comercial do distrito de Santarém.

Durante muitos anos, Marvila, uma das freguesias urbanas da cidade de Santarém, viu nascer uma boa parte da população do concelho. Era ali que estava o hospital e a maternidade, o que faz com que muitos escalabitanos sejam naturais da freguesia. Mas o hospital mudou de sítio e até nisso Marvila perdeu importância.Tal como no turismo. A maior parte dos monumentos de Santarém ficam na freguesia mas, apesar de muito dinheiro gasto, a aposta na revitalização do centro histórico está longe de dar frutos. O jardim e o castelo das Portas do Sol, ex-libris da cidade, e anteriormente alvo principal de visitas e excursões, estão quase inacessíveis a quem não conheça as ruas estreitas e povoadas de carros.E este é apenas um exemplo. Outro é o Santuário do Santíssimo Milagre, no coração da cidade. O ano passado o monumento recebeu mais de 20 mil visitantes mas foram várias as queixas ouvidas quanto à ausência de indicações sobre a localização e os pontos de estacionamento.Mas o centro histórico da freguesia não padece apenas da falta de turistas. As muitas lojas que ocupam o rés-do-chão das ruas comerciais já viveram melhores dias. Com poucas alternativas de estacionamento, os clientes procuram outras paragens e os cartazes a dizerem vende-se, aluga-se ou trespassa-se já rivalizam em bom número com as promoções ou liquidações.Marvila não se faz apenas do passado. Pegado ao centro histórico, junto ao antigo hospital, nasceu há cerca de ano e meio um moderno espaço comercial – o W Shopping – que com as suas 70 lojas, salas de cinema e espaços de restauração, diversão e lazer, é já o local mais visitado da cidade. Para se ter uma ideia, o ano passado recebeu perto de cinco milhões de visitantes.Em frente ao Shopping, o Largo Cândido dos Reis está há mais de dois anos em obras. Primeiro por causa da construção do centro comercial, agora por causa das obras numa rotunda e zona envolvente que não há meio de estarem concluídas. Também o Campo Emílio Infante da Câmara, onde anteriormente se realizava a Feira do Ribatejo, está há pelo menos duas décadas à espera de um projecto de recuperação.Por resolver há muito tempo está igualmente o problema da habitação no centro histórico. A degradação de muitos edifícios é cada vez maior, não há estacionamento e a população mais nova prefere os novos bairros, onde se desenvolveram novas centralidades, como é o caso do Sacapeito, actualmente a zona mais populosa de Marvila.O presidente da junta, Mário Santos, lamenta que a sua freguesia esteja em alguns aspectos parada no tempo, mas diz que a autarquia que lidera pouco ou nada pode fazer. “A junta tem sido marginalizada em quase tudo pela câmara”, diz o autarca, exemplificando com as obras do acesso sul à cidade ou do Largo Cândido dos Reis, cujos projectos nunca passaram pela junta. “Fazem-se obras no centro histórico e a câmara nem nos informa quando começam e quando acabam”, reforça.E a junta até tem ideias. Por exemplo no que se refere à degradação da habitação, Mário Santos defende a criação de parcerias entre entidades bancárias, proprietários e inquilinos, de forma a encontrar soluções para revitalizar a vida do centro histórico, que tem fortes condições para desenvolver a habitação de luxo. “Visto de cima, o centro histórico tem uma zona verde, com muitos quintais, que é quase metade do total da área”, explica o autarca.Além desta componente urbana, Marvila tem uma vasta área dita rural. A freguesia faz fronteira com o Vale de Santarém e na zona ribeirinha estende-se mesmo até Vila Chã de Ourique, no concelho do Cartaxo. “A nossa área rural é maior que muitas das freguesias ditas rurais ou periféricas, como prefiro chamá-las”, adianta o autarca.É na freguesia que se situam ainda algumas sedes de instituições que abrangem o distrito, casos do Governo Civil de Santarém ou o Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social. Marvila tem cobertura total de escolas, do pré-primário ao ensino superior.
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