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Uma casa sem água nem esgotos

Mãe e filho deficiente vivem em condições precárias na Gançaria, Santarém

Uma mãe solteira vive há três anos com o filho deficiente numa casa sem água canalizada e esgotos, no lugar de Sobreirinhos, freguesia da Gançaria, Santarém. A habitação foi arranjada pela família, com o auxílio da Misericórdia de Alcanede, mas está longe de reunir as condições básicas.

Maria Celeste Portela e o filho de 11 anos que sofre de Trissomia 21 vivem numa casa sem quaisquer condições de habitabilidade. A casa de banho tem apenas uma sanita e um pequeno lavatório. A torneira onde se abastece de água encontra-se no exterior da casa. Mãe e filho têm que tomar banho na casa do Povo da Gançaria e só quando esta está livre. “Este ano só lá fui três vezes. Em casa temos de aquecer água para nos lavarmos”, diz Maria Celeste Portela. Os buracos no pavimento da casa estão tapados por garrafas para impedirem a entrada de ratos. Quando chove a água infiltra-se pelas paredes da divisão a que dificilmente se pode chamar de cozinha. Quando o frio aperta, a única solução para mãe e filho é envolverem-se em cobertores, já que só existe uma tomada em toda a casa que serve para ligar um frigorífico e pouco mais. Para agravar a situação a fossa da casa há muito que encheu e é vulgar os detritos escorrerem para a frontaria da casa da vizinha.Maria Celeste Portela vive com uma pensão de invalidez de cerca de 200 euros, devido a uma miopia que a impediu de continuar a trabalhar, acrescida de um complemento de 70 euros por via da deficiência do filho. O jovem David também tem problemas de visão. Frequenta o terceiro ano da escola primária da Gançaria, sendo alvo de acompanhamento especial. Grande parte dos rendimentos da família vai para a compra de medicamentos para a vista, nervos, calmantes e fraldas, enquanto outra parte é “consumida” pela renda de 75 euros que paga à dona da casa. A senhoria, Maria José Ramos, referiu-nos que a inquilina costuma atrasar-se no pagamento das rendas e que para fazer obras na casa teria de aumentar a renda. Mas que considera a possibilidade de puxar um ramal de água para abastecer a casa, dependente do preço de custo da intervenção. Maria Celeste Portela desejava encontrar uma casa melhor, preferencialmente em Aldeia de Além (Alcanede) terra onde vivia e tem família e de onde foi despejada há três anos devido à falta de pagamento de rendas. A responsável do Serviço de Acção Social da Câmara de Santarém, Elisabete Filipe, referiu a O MIRANTE que a autarquia tem conhecimento da situação degradante em que vive a família e que existe um pedido para habitação social municipal. “Está a decorrer a revisão do processo de realojamento, que deverá ser apresentado ao Instituto Nacional da Habitação (INH). Iremos estudar o caso e, a curto prazo, será tomada uma decisão”, referiu a técnica, acrescentando que o caso é prioritário. Recorde-se que Maria Celeste Portela requereu, em Agosto de 2003, o Rendimento Social de Inserção (RSI) junto do Centro Distrital de Segurança Social de Santarém (CDSSS) mas o pedido foi indeferido por ter começado a auferir rendimentos da pensão de invalidez nessa altura.

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