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Um homem desiludido com a função

Um homem desiludido com a função

Manuel Cartaxo, presidente da Junta de Freguesia da Madalena, Tomar, não se vai recandidatar

Manuel Cartaxo está à frente dos destinos da freguesia da Madalena há apenas um mandato mas garante que não irá recandidatar-se. O presidente diz-se desiludido com o cargo por não ter conseguido atingir os seus objectivos.

“Quando fui presidente da assembleia de freguesia, durante dois mandatos, pensava que chegando a este cargo, com outro tipo de políticas, conseguia ser mais justo e solidário com a generalidade da freguesia. Mas chegado aqui verifiquei que as coisas não são bem assim”, diz Manuel Cartaxo.O que em teoria parecia ser fácil, a partir do momento em que os objectivos foram definidos, na prática veio a revelar-se impossível de concretizar – “faltam-nos meios, solidariedade e um conjunto de requisitos necessários para podermos ser o mais justo possível na repartição dos recursos por toda a freguesia”.O autarca sente-se frustado com o poder e refere que as pessoas perderam a capacidade reivindicativa, tendo-se acomodado às situações.Esta é a principal razão que leva Manuel Cartaxo a deixar os destinos da junta em Outubro próximo. Mas há também a questão profissional. O actual presidente trabalha em Lisboa, e a sua função de técnico no Ministério do Trabalho e Segurança Social faz com que chegue diariamente a casa por volta das 21h00.Diz ser uma pessoa vulgar, que tem o defeito de ser um bocado utópico, nomeadamente em termos da execução da política local, da vida das autarquias. Além da função de presidente da junta, Manuel Cartaxo é também dirigente associativo do Sport Clube Operário de Cem Soldos (SCOCS), uma tarefa em que se revê e que se encaixa como uma luva na sua maneira de ser. Porque aí tem a repercussão imediata, por parte dos munícipes, do que faz bem ou mal.Casou muito novo, com 20 anos, e aos 45 tem três filhos já adultos. Dois estão a estudar no ensino superior e o mais novo está a terminar o 12º ano e quer seguir desporto, actividade pela qual tem verdadeira paixão.Ao contrário do pai, que confessa não ser esta uma área em que se sente à vontade. Manuel Cartaxo não liga sequer ao futebol, não tem simpatia por qualquer clube e, em termos de desportos colectivos, diz apreciar apenas o hóquei em patins.Prefere dedicar o pouco tempo livre que tem à leitura, seja de jornais, revistas ou coisas mais sérias. Actualmente está a ler o Código Da Vinci e já comprou Anjos e Demónios, do mesmo autor, para ler de seguida. Quando vai no comboio aproveita para ler os jornais diários, menos os desportivos. Destes lê apenas as gordas da primeira página, nas bancas. No tempo em que a televisão não era só novelas também passava algum tempo em frente ao pequeno ecrã. Hoje confessa que visiona telejornais e programas informativos.Quando tem disponibilidade, física e mental, gosta de cozinhar, coisa que não faz muito porque diz ter uma mulher excepcional, que garante o bem estar alimentar da família. De quando em quando faz um bolo, um pudim ou um grelhado.É bom de boca mas há uma coisa que não consegue comer – feijão frade. Ri quando refere que esta rejeição nada tem a ver com questões do foro político, embora também não goste das pessoas que facilmente mudam a sua face em relação aos problemas sociais.Apesar de ter pouco tempo disponível Manuel Cartaxo preza muito a vida familiar. É por isso que faz questão que pelo menos uma refeição por dia – o jantar – seja feito em conjunto, embora às vezes a horas não convencionais.Não gosta de ir a festas só para marcar presença, seja em termos políticos ou associativos, embora considere ser fundamental a representação da freguesia em alguns eventos.Vícios só mesmo o tabaco, porque o café é “um acto social”.
Um homem desiludido com a função

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