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INAG meteu água

Câmara de Mação contesta relatório sobre a seca que menciona problemas de abastecimento no concelho

O Instituto da Água mencionou num relatório, amplamente difundido pela comunicação social, que já estariam a ocorrer problemas de abastecimento de água no concelho de Mação devido à seca. O presidente do município desmente e desconhece onde é que foi recolhida essa informação.

O presidente da Câmara Municipal de Mação, Saldanha Rocha (PSD), não compreende o conteúdo do último relatório quinzenal de acompanhamento da seca produzido pelo Instituto da Água (INAG), garantindo que até à data não se registaram quaisquer problemas de abastecimento de água às populações no seu concelho devido à ausência de chuva.O relatório de abrangência nacional, difundido a meio da semana passada pelo INAG, menciona entre os “locais com problemas de abastecimento” de água as localidades de Mação e Vales, esta na freguesia de Cardigos. O documento acrescenta que 400 pessoas estariam a ser afectadas por essa falha. Esse era o único alegado problema existente na região, embora o concelho de Mação apareça integrado no distrito de Castelo Branco. Saldanha Rocha diz que não sabe onde é que o INAG foi buscar os elementos que servem de suporte ao relatório. “Não fomos consultados para dar informações ao INAG. Só se alguém as deu sem minha autorização. Falam de 400 pessoas afectadas, mas não sei que pessoas são essas…”. O autarca diz que o problema da seca já levou à abertura de mais dois furos de captação de água em Mação e um na freguesia de Cardigos, que se juntam às 68 captações existentes no concelho. Mas apenas como medida “preventiva e extraordinária” face à seca prolongada e não para dar resposta imediata a eventuais problemas de abastecimento. “Se o tempo continuar assim é possível que venhamos a ter complicações no Verão. Mas até ao momento não accionámos sequer o sistema de abastecimento alternativo através de cisternas. Isso poderá acontecer daqui a um mês, se entretanto não chover”, afirma Saldanha Rocha, revelando que actualmente o nível dos lençóis de água nas captações é semelhante ao que é habitual em Setembro num ano normal.O MIRANTE tentou contactar o INAG, tendo sido remetido para o gabinete de relações públicas do Ministério do Ambiente. Carlos Oliveira, responsável por esse serviço, afirmou ao nosso jornal que os dados difundidos pelo INAG terão sido baseados, sobretudo, em informações recolhidas junto dos serviços locais e regionais de protecção civil. Embora também possa haver a participação da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional e do Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR).Mas Pedro Jana, comandante dos Bombeiros Voluntários de Mação, garante que não lhe foi pedida qualquer informação sobre o assunto. E esclareceu que até à data os bombeiros não foram solicitados para qualquer serviço de abastecimento de água com recurso aos autotanques.A mesma resposta foi dada pelo coordenador distrital do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil. Joaquim Chambel diz que até ao momento os serviços distritais da Protecção Civil não foram solicitados para fornecer quaisquer dados ao INAG, estando previsto que o passem a fazer a partir de dia 4 de Abril.Joaquim Chambel mostrou-se ainda surpreendido com a notícia que relatava problemas no abastecimento de água em Mação e adiantou que não tem conhecimento de qualquer pedido aos bombeiros para abastecimento de água às populações. “Estamos a acompanhar a situação de perto e até agora não houve necessidade de qualquer intervenção dos bombeiros a esse nível no distrito”.Refira-se que o relatório quinzenal sobre a seca não apresentava qualquer problema ao nível do abastecimento de água na região, para além do citado caso de Mação. “Não há conhecimento de dificuldades no abastecimento público de água” é a menção referente aos distritos de Santarém e Lisboa.João Calhaz

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