Maria Teresa Bento “Madre Rute” e António José Bento “Bispo Paulo” foram casados durante mais de 20 anos. Em 1999 foram ambos para a Quinta da Granja, cada um para o seu mosteiro e agora não falam sequer um com o outro.Na comunidade que ocupa uma quinta com mais de 200 hectares não há televisão, as monjas não usam telemóvel e a comunicação é feita pelos sinos que tocam para anunciar a hora da oração ou da refeição.O mosteiro dos monges, que estava a 800 metros do mosteiro das monjas, foi desactivado após a saída do Frei Serafim. O homem acusado de abuso sexual era o último dos monges. Junto do mosteiro feminino fica a casa dos bispos onde vivem os superiores e ali ao lado há uma igreja onde são feitas as liturgias e outras manifestações religiosas.Na enorme quinta cultiva-se alguns hortícolas e frutas e alimentam-se animais oferecidos pelos fiéis que em Portugal são mais de 500 mil espalhados pelas paróquias de todo o país. São os donativos dos ortodoxos que financiam as várias comunidades. Os monges fazem votos de pobreza e, por isso, não ganham nada. Vivem do que a comunidade ortodoxa lhes dá. O arcebispo João, primaz da Igreja Ortodoxa, desloca-se em carros de luxo que foram oferecidos à igreja. O líder da comunidade em Portugal é oriundo de uma família que vive numa quinta em Azambuja. Um homem alto de barbas e cabelo comprido e com um discurso colocado e cheio de afectos. Um mensageiro de Deus que cobre o corpo com uma batina azul forte que o diferencia dos restantes homens da comunidade.O arcebispo João substituiu Dom Gabriel e é o segundo primaz da igreja ortodoxa em Portugal desde a sua refundação em 1968. Esta igreja fundada no ano 33 da era cristã tem muitas semelhanças com a católica romana e inclui os mesmos sacramentos. Os padres ortodoxos podem casar e constituir família e a maioria não dispensa essa faculdade.