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Um cemitério “democrático” em Abrantes

Concordo plenamente com a ideia de um cemitério como o de Abrantes sem jazigos, cruzes, pedras tumulares ou outros ornamentos. Já é tempo de mudar  a nossa maneira de pensar em relação a estas coisas. Um cemitério deve ser um lugar de paz e harmonia com tudo e todos, e em especial com a natureza. Deve ser um local relvado com árvores frondosas, bancos e de preferência com uma boa paisagem. Em vez de “monumentos” em alvenaria e pedra, os familiares poderão optar por embelezar o local, contribuindo para a manutenção de canteiros  ou parcelas de jardim. Nessas parcelas de jardim (ou canteiros) poderiam, se o desejassem, instalar uma lápide de tamanho uniforme com o nome e as datas de nascimento e óbito do seu falecido. E as pessoas não precisavam de perceber de floricultura ou jardinagem para manter o seu “ jardim” em bom estado. Bastava que assumissem essa responsabilidade contribuindo com um donativo anual. A autarquia responsabilizava-se pelo resto. O cemitério seria assim um local “vivo”, cheio de beleza natural e não um local “morto” cheio de flores cortadas a apodrecer e flores de plástico, no meio de “monumentos” de alvenaria de mau gosto.Actualmente nos cemitérios, aproveita-se para mostrar o poder económico que as pessoas tiveram em vida através de mausoléus, jazigos, ou outras construções em pedra. Nada mais feio. Outra mentalidade que devíamos mudar é a oferta de grandes palmas e ramos de flores, para o defunto, que no outro dia são lixo, enquanto ao lado, os familiares se vão confrontar com as despesas do funeral, cada vez maiores. Não seria melhor, à semelhança do que se faz nos casamentos, que em vez de flores “mortas”, se ofertasse, um envelope com uma ajuda monetária?Parabéns à Câmara de Abrantes pelo seu cemitério. Espero que outras autarquias lhe sigam o exemplo, e transformem esses locais tristes em locais de grande beleza em que os restos mortais dos nossos defuntos sirvam para alimentar flores maravilhosas e que as pessoas recordem os seus entes queridos através dessas flores. Isso seria uma forma de continuar a vida.Carlos Pinheiro

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