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Começou a luta contra os transgénicos

Começou a luta contra os transgénicos

Federação dos Agricultores de Santarém vai alertar assembleias municipais

Numa altura em que se está a iniciar a sementeira do milho, a Federação dos Agricultores do Distrito de Santarém está empenhada em alertar os autarcas e agricultores para o perigo das sementes geneticamente modificadas.

A Federação dos Agricultores do Distrito de Santarém (FADS) vai enviar uma proposta de resolução a todas as assembleias municipais, para que estas se pronunciem sobre a utilização de produtos transgénicos na região. Na prática, a iniciativa pode não evitar a introdução de sementes geneticamente modificadas em Portugal, mas pelo menos vai alertar o poder local para uma situação que a FADS considera “perigosa”.Segundo o presidente da FADS, Amândio Freitas, a ideia é “dar o alerta às pessoas que têm responsabilidades políticas”, até porque, disse, algumas não estão por dentro desta problemática. A iniciativa foi divulgada durante uma conferência de imprensa na sexta-feira, 15 de Abril, em Benfica do Ribatejo, que marcou o arranque das iniciativas de luta contra a introdução dos Organismos Geneticamente Modificados (OGM). O milho é a principal cultura onde se pretende introduzir os OGM, também conhecidos por transgénicos. No distrito de Santarém, segundo Amândio Freitas, já foram feitas algumas experiências com estas sementes numa dezena de hectares nos campos da Golegã. O alerta é lançado numa altura em que se estão a iniciar as sementeiras deste cereal que é cultivado na região por cerca de três mil agricultores, segundo as contas da FADS. Um dos especialistas desta área dentro da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), da qual faz parte a FADS, João Vieira, sublinhou que os transgénicos são um “negócio”. E que está a ser imposto pelas multinacionais que detêm as patentes dessas sementes e que comercializam os agro-químicos, já que não são os agricultores que estão a pedir esta “nova tecnologia”. João Vieira, que também é membro da Coordenadora Agrícola Europeia, a imposição de uma distância entre as culturas transgénicas e as tradicionais, que em Portugal, segundo proposta do ministro da Agricultura que na próxima semana vai a Conselho de Ministros, será de 200 metros, não resolve absolutamente nada. Já que, justifica, a contaminação faz-se pelo vento, pelos insectos, pelas abelhas…Considerando que se está a pôr em causa “o direito ancestral de os agricultores utilizarem as suas próprias sementes”, João Vieira alertou para o facto das empresas detentoras de uma patente poderem impedir os agricultores de reproduzirem as sementes, obrigando-os a comprar todos os anos. Amândio de Freitas sublinhou que Portugal nem sequer precisa dos OGM para produzir mais. E deu como exemplo a cultura do milho nas regiões do Vale do Tejo e no Vale do Sorraia que atingem 14 toneladas por hectare, o que fica acima do que é conseguido noutros países.
Começou a luta contra os transgénicos

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