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O queijo francês de Maçussa

O queijo francês de Maçussa

Adolfo Henriques é o único produtor de Chèvre em Portugal

É na pequena aldeia de Maçussa, Azambuja, que se produz o queijo francês Chèvre de forma artesanal. O sociólogo Adolfo Henriques, que há uns anos deixou a capital e regressou às origens, é o único em Portugal a dominar o processo de fabrico da pasta.

Um rebanho de cabras de raça Saanen passeia-se na encosta verde da Maçussa, uma das freguesias mais rurais do concelho de Azambuja. É este núcleo de cerca de 300 animais que abastece a queijaria que Adolfo Henriques explora há mais de 20 anos.As antigas instalações agrícolas da família servem de espaço à produção totalmente artesanal do “Granja Moinhos”, um queijo de origem francesa. Na casa de Adolfo Henriques já se fabricava o tradicional queijo de cabra, mas um curso do Laboratório Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial (LNETI), em Lisboa, permitiu-lhe dominar o processo de fabrico do famoso Chèvre.Foi o pioneiro da produção deste queijo em Portugal. Houve quem tentasse o fabrico da especialidade em terras portuguesas, mas só o produto de Adolfo Henriques vingou. “É um queijo especial que requer algum maneio. Não é fácil trabalhar com bolores, com uma coisa que não se vê”, explica o produtor.O Lneti fornece desde o início os fermentos lácteos à queijaria, mas Adolfo Henriques teve que importar as cabras de origem suíça para arrancar com a actividade. Hoje, parte do rebanho que abastece a queijaria está distribuída por criadores locais, a quem Adolfo Henriques compra o leite.A mãe ajudou-o a criar a pequena empresa familiar, onde trabalham actualmente três pessoas a tempo inteiro. Implementar o queijo num país que desconhecia o produto revelou-se também uma tarefa difícil. Uma entrada de queijo de cabra frito passado por ovo e pão ralado, preparada pelo chefe Michel, em Lisboa, ajudou a tornar famoso o produto.Na queijaria de Adolfo Henriques respeita-se o ciclo da natureza. É na Primavera que as pastagens permitem criar o queijo de melhor qualidade. A produção sazonal ajuda por outro lado a criar alguma apetência no mercado, como reconhece o produtor. Em alturas normais a fábrica produz cerca de cem unidades.O produtor distribui os queijos em algumas grandes superfícies nacionais, hotéis e os mais reputados chefes portugueses já não dispensam o Chèvre nas suas mesas. Mas o queijo também pode ser saboreado ali mesmo ao lado, no Baile, com uma salada de rúcola, acompanhado de abóbora ou mel ou como recheio de crepes nas noites de sexta-feira e sábado e nas tardes de domingo. O espaço não é um restaurante, mas uma “tertúlia alargada”, como gosta de lhe chamar Adolfo Henriques. Um ponto de encontro para grupos de amigos onde também há lugar para a fruição da arte. Ana Santiago
O queijo francês de Maçussa

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