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Gestão socialista condenada na assembleia

Gestão socialista condenada na assembleia

Contas de 2004 da Câmara de Santarém não passaram pela oposição

Crescimento da dívida, fraca execução das obras previstas, aumento de despesas supérfluas. A oposição justificou assim o chumbo, na assembleia municipal, das contas da Câmara de Santarém referentes a 2004.

A história repetiu-se e mais uma vez o relatório e as contas da Câmara de Santarém, referentes a 2004, foram chumbados na assembleia municipal com 26 votos contra da oposição, 18 a favor da bancada socialista e as abstenções do único representante do CDS e do presidente da assembleia municipal, José Miguel Noras (PS). CDU e PSD fizeram um julgamento severo dos documentos e condenaram o aumento do endividamento da autarquia gerida pelos socialistas, que este mandato subiu para os 45,9 milhões de euros. A subida de despesas consideradas supérfluas e a baixa execução orçamental foram outros pecados apontados.Na hora do voto de nada valeram os argumentos do presidente da câmara, Rui Barreiro (PS), e de alguns elementos da bancada socialista, que sublinharam que 2004 foi o ano deste mandato com maior execução do orçamento, com a realização de 45% das obras previstas. Ou que os fundos comunitários ao dispor da autarquia foram aproveitados na totalidade. O voto negativo de PSD e CDU ficou garantido logo nas primeiras intervenções e não houve contemplações para a gestão socialista. Nem depois de ouvirem as queixas já habituais de Rui Barreiro contra o desprezo a que os governos PSD votaram Santarém, que se traduziu na ausência de contratos-programa para apoiar obras municipais. O facto de o exercício financeiro de 2004 ter tido um resultado positivo de 5 milhões de euros também pouco contou, apesar dos socialistas o terem evidenciado. A sentença estava traçada.A discussão - perante a contenção da CDU, que logo no início disse ao que ia - centrou-se na confrontação do presidente da câmara com as declarações que fez no início do mandato, quando, perante a herança deixada pelo seu antecessor e camarada de partido José Miguel Noras, declarou que se a câmara fosse uma empresa estaria tecnicamente falida.“Face à herança recebida de uma câmara tecnicamente falida e face à situação actual, gostava que o senhor presidente nos dissesse como é que acha que o próximo executivo vai classificar a situação financeira da câmara em Outubro próximo”, questionou Luís Arrrais, do PSD.O PSD insistiu várias vezes na mesma tecla perante o evidente desconforto quer do presidente da câmara quer de José Miguel Noras, agora presidente da assembleia municipal, que na hora do voto preferiu abster-se a alinhar pelo voto favorável da sua bancada.Vítor Varejão (PSD) fez as maiores despesas e acusou a câmara de se andar a financiar à custa das pequenas e médias empresas – numa alusão à dívida de 24 milhões a fornecedores – e classificou a autarquia como “uma entidade que não é digna de crédito e não honra os seus compromissos”. A dívida de 2,5 milhões de euros por pagar às juntas de freguesia, referente a obras mandadas fazer por estas que competiam ao município, foi também lembrada.A reprovação das contas é uma apreciação política que não tem consequências práticas na gestão da autarquia.João Calhaz
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