A Câmara de Santarém não tem dinheiro para mandar cantar um cego, como se diz na gíria. As associações e colectividades têm os apoios protocolados por receber há meses ou mesmo anos. Alguns fornecedores desesperam com a lentidão com que a autarquia paga as facturas. As juntas de freguesia têm empreiteiros a baterem à porta porque o município não lhes manda o dinheiro para pagarem as obras que mandaram fazer com a sua anuência.No entanto há dinheiro para concertos de nomeada ou para congressos de utilidade, no actual contexto financeiro, pelo menos discutíveis. E foi precisamente por questionar as prioridades que o presidente da câmara, o socialista Rui Barreiro, traça para aplicar o pouco dinheiro disponível, que a vereadora da CDU Luísa Mesquita quis saber quanto custou o Congresso do Divino Espírito Santo que decorreu no final da passada semana na cidade.Após alguma insistência, a autarca comunista lá ficou a saber que o tal congresso custou cerca de 35 mil euros à câmara. Resta saber se a verba foi bem aplicada e se vamos assistir a um autêntico milagre de recuperação económica em ano de eleições autárquicas ou se as entidades divinas vão continuar de costas voltadas para os cofres do município.