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Romeira na rota do turismo

Romeira na rota do turismo

Projecto imobiliário da Quinta do Gualdim pode ser meio caminho andado rumo ao desenvolvimento da freguesia

Duplicar a população da Romeira dentro de alguns anos pode ser uma realidade com a concretização do empreendimento imobiliário e turístico da Quinta do Gualdim. Um salto para a fixação de novos habitantes que deve arrastar a dinâmica comercial. Fica a faltar o saneamento básico.

Freguesia com cerca de 900 residentes, a Romeira (Santarém) tem pouco mais de dez quilómetros quadrados. Um pequeno território entre as freguesias vizinhas de Azóia de Baixo, Tremês, Várzea, Achete e Póvoa de Santarém, a oito quilómetros de sede de concelho. Uma freguesia onde grande parte da população está empregada nos serviços em Santarém e na zona industrial da cidade, restando o pequeno comércio de cafés, a avicultura e uma fábrica de torneados, o maior empregador da freguesia.Apesar de alguma pacatez só quebrada pela passagem da movimentada EN 362 que liga Santarém e Alcanede, a Romeira tem visto crescer a sua população, especialmente por via de quem procura segunda habitação. Para isso, muito contribuem as boas acessibilidades.A freguesia está a escassos quilómetros de entrada na A1, perto da saída de Santarém, e igualmente próxima da zona para onde está prevista a construção da nova estação de Santarém da CP, junto à quinta do Mocho.O crescimento pode ser mais significativo com a concretização do empreendimento imobiliário e turístico para a Quinta do Gualdim, já aprovado pela Câmara de Santarém. Um investimento privado de 65 milhões de euros, para 120 hectares, onde se prevê a construção de cerca de 700 fogos, entre moradias e apartamentos, um hotel de três pisos, um campo de golfe de 18 buracos, além de diversas valências desportivas, entre as quais um campo de futebol. Um projecto com o qual o presidente da Junta da Romeira, Luís Batista (PS), espera que a população da freguesia ascenda ao dobro da actual. “Crescermos o suficiente para fixar mais pessoas e dinamizar o comércio, sem alterar as características da freguesia”, aventa o autarca.Um Plano Director Municipal (PDM) mais flexível também deverá ter o seu peso na consolidação da Romeira como uma média freguesia. Travando a dispersão e apostando na concentração e na criação de loteamentos em volta de ruas já infraestruturadas. Actualmente, estão aprovados dois loteamentos para 35 moradias.O número de alunos na escola primária situa-se em cerca de 40, um crescimento de 20 a 30 por cento em dois anos, enquanto se espera pelo alargamento do jardim-de-infância e criação de uma sala de refeições, que também vai servir a escola primária. Na pré-escola há cerca de 20 miúdos e muitos em lista de espera, com Luís Batista a defender a adequação do horário ao dos pais para que haja benefícios reais.Atrás do aumento de população e dos equipamentos deve vir a alteração do troço da EN 362 desde a rotunda junto à fábrica Cintra até à Romeira, com quatro faixas, caso se concretize o projecto da Quinta do Gualdim.Após a colocação de semáforos com controlador de velocidade naquela via, Luís Batista pensa que a melhor solução para o trânsito na EN 362 passa pela criação de uma variante à Alcanede, a partir de Tremês. Uma forma de solucionar os problemas dos empresários a norte do concelho.Pouco adepto da dispersão de equipamentos, Luís Batista mantém uma posição “contra-natura”, habitual em muitos autarcas locais, em matéria de equipamentos de saúde e de apoio social.“Penso que é inviável haver centros de dia em todas as freguesias com todos os custos associados. Acho que resulta muito melhor a aposta no apoio domiciliário, mantendo as pessoas no seu meio, como fazemos com a ajuda do Centro Social Interparoquial”, opina.O mesmo se aplica à saúde, sector no qual Luís Batista entende que é mais viável assegurar transportes até ao centro de saúde de Santarém, do que abrir um posto médico apenas para algumas consultas semanais. Admitindo que isso é o que a população gosta que os seus autarcas defendam. A luta da Romeira continua a ser o saneamento básico. Uma luta que, segundo Luís Batista, já devia estar concretizada mas na qual compreende que à frente estejam outras zonas mais densamente povoadas. O projecto de saneamento está concluído e o autarca aguarda que a obra possa avançar até final o ano. Numa primeira fase na Romeira e nos Casais da Barroca e, posteriormente, nos Casais de S. Braz e na Azóia de Baixo.O polidesportivo da freguesia é a menina dos olhos. Um equipamento com piso para várias modalidades, bancadas com assentos, iluminação, balneários e outras salas de apoio. Custou cerca de 450 mil euros, está apto a receber a cobertura para se tornar num pavilhão e tem recebidos várias competições de futsal inter-freguesias e organizações da associação de jovens da terra. Freguesia onde também marcam presença o Rancho Folclórico da Romeira, integrado na Sociedade de Recreio e Educativa da Romeira, além de uma associação de caçadores.Nos dois primeiros fins-de-semana de Julho a freguesia vai estar em festa. A 1,2 e 3 de Julho, mais dedicada ao Ribatejo e à vertente tradicional, com picaria nocturna, torneio de futsal, quermesse e arraial, torneio de chinquilho e jogos tradicionais, além do festival internacional de folclore e da actuação da Orquestra Típica Scalabitana.Uma semana depois, a 8, 9 e 10, a música é rainha, com actuação prevista para a So-ciedade Filarmónica União Lapense, as danças de salão de Tremês e os grupos Re-Públika, Dexys e Ferro & Fogo.
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