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“A qualidade de vida a que temos direito”

“A qualidade de vida a que temos direito”

Os mil e um trabalhos de Dionísio Mendes

Foi a grande surpresa das eleições autárquicas de 2001 ao acabar com o reinado da CDU no concelho de Coruche, que já durava desde as primeiras eleições livres. Dionísio Mandes (PS) recandidata-se agora e vai tentar obter a maioria absoluta. Para conseguir gerir o município com mais tranquilidade, tem como objectivo fazer com que os seus munícipes tenham a qualidade de vida de qualquer habitante de uma cidade média.

A câmara Municipal paga cem mil euros para estas festas. Que tipo de investimento é este? Que retorno se pretende obter?Antes deste mandato era a câmara que assumia a realização das festas. No modelo agora em vigor, lançado por este executivo, não é a câmara que faz as festas. Há uma comissão de munícipes que assume a sua realização.Essa é uma questão formal.Nós temos notícia da realização destas festas no século XVI. A sua realização é uma forma de garantir as tradições do concelho de Coruche. Uma forma de afirmação cultural. Seja através do programa religioso, que é assegurado pela Irmandade de Nossa Senhora do Castelo, das actividades taurinas ou do cortejo etnográfico, onde cada freguesia trabalha à volta de um tema que é sugerido. Este ano vamos recordar, através dessas representações, como eram as festas há 40 ou 50 anos.A par da procissão, do cortejo etnográfico e das actividades taurinas que estão relacionados com as tradições aparecem outros espectáculos. Qual é o papel de um espectáculo de música brasileira com Daniela Mercury, por exemplo?Nas festas há, desde sempre, uma componente de diversão e lazer que também se justifica como forma de promover o convívio entre coruchenses. Entre os que vivem aqui e os muitos milhares que durante o ano estão fora, mas que nesta altura vêm a Coruche. Não é só a Daniela Mercury. Há artistas muito variados. A perspectiva da comissão de festas, com a qual eu concordo, é que as festas devem tocar todos os públicos. Este ano vai haver uma discoteca ao ar livre organizada pelos bares de Coruche. Esta é uma novidade. Há dois anos começámos com a modalidade das tasquinhas que tem tido um enorme sucesso. Animam o recinto e permitem uma forma das associações que as exploram se financiarem. Realçou o facto de ser a sociedade a organizar as festas, mas elas só existem com este figurino e esta dimensão com o apoio da autarquia.Sem dúvida. Nós entendemos que há áreas que não devem ser tuteladas directamente pela câmara. Temos a mesma perspectiva em relação ao associativismo, por exemplo. Não é a câmara que deve manter equipas de futebol ou hóquei. Mas tem o dever de apoiar a prática desportiva através de programas ou protocolos.A antiga zona de realização das festas que integra uma vasta zona a requalificar já vai receber as festas este ano?O parque do Sorraia que está a ser totalmente requalificado. Uma zona pedonal e de ciclovia no talude junto ao rio, uma esplanada, um ancoradorouro, um parque de diversões, um parque radical, um parque infantil e uma grande área para estacionamento. Esse espaço, que é a sala de visitas de Coruche, vai ser também o recinto das festas. Ali faziam-se tradicionalmente as festas, mas era uma zona de terra batida sem condições. Agora fazem-se ali as Festas com mais modernidade e comunidade. À volta do nosso Rossio, à volta da praça de touros, à volta do pavilhão desportivo.O presidente da câmara tem alguma palavra a dizer na definição do programa das Festas?Só através de conversas informais com os elementos da Comissão de Festas. Acho muito bem que esteja cá a Daniela Mercury. Estou satisfeito por termos este ano um festival internacional de folclore. Temos um grupo da Croácia e outro do México. É um festival como nunca se fez em Coruche. Mas não sou eu que defino a programação. Recorda-se como eram as Festas quando era criança?Nasci em 1956, vivi sempre em Coruche e lembro-me perfeitamente das festas. Da evolução que tiveram. Geralmente ia com os meus pais. à procissão, às corridas de touros. Assistíamos às largadas. Íamos à noite ao arraial, que era o nome dado ao programa de variedades. Na altura eram espectáculos pagos. Houve alguma alteração significativa?A seguir ao 25 de Abril o cortejo etnográfico passou a ser mais um desfile de máquinas agrícolas, tractores. Desfilavam também os equipamentos municipais. Agora tem-se vindo a recuperar a tradição. A componente fundamental é a componente humana. O ano passado participaram mais de oitocentas pessoas a pé. E há a presença de animais. Cabrestos, burros, cabras, ovelhas. É o regresso às origens. O cortejo volta a fazer a representação das actividades locais, dos usos e costumes. Dos trajes. Disse que quando era criança os espectáculos de variedades eram pagos. Essa tradição pode ser recuperada?Até 1974 eram pagos, mas a partir do 25 de Abril passaram a ser gratuitos. É muito difícil em Couche fazer espectáculos pagos. Admito que as câmaras municipais, no futuro, tenham que cobrar bilhetes para alguns espectáculos de qualidade, porque é a única forma de garantir a sua realização.Em Coruche também?Confesso que no concelho de Coruche e, nomeadamente, nas Festas de Nossa Senhora do Castelo dificilmente aceitarei espectáculos pagos. É uma situação que está enraizada em todos nós.
“A qualidade de vida a que temos direito”

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