O presidente da câmara de Coruche recebe regularmente cartas e telefonemas anónimos com “ameaças, insultos e provocações”. É uma situação desgastante, mas à qual já se vai habituando. “Para algumas pessoas em política vale tudo. É mau mas é verdade. Se me procuram intimidar, limitar a minha acção ou condicionar as minhas decisões não é por aí que conseguem. Eu sou de Coruche, sempre vivi em Coruche e vou continuar a viver em Coruche. Não são essas atitudes isoladas que me perturbam”.Com o passar do tempo era normal que as situações do género fossem decrescendo, mas não foi isso que aconteceu. “Continuo a receber ameaças regularmente. Algumas pessoas não aceitam as regras da democracia. Isso é algo que deve ser banido da nossa socie-dade. Como digo já não ligo muito, mas é evidente que para a minha família é uma situação muito desagradável”. O autarca afirma que suporta bem as críticas da oposição, mas que não pode aceitar os insultos e faltas de respeito. “O lugar de autarca não é uma profissão. É uma fase passageira. Tenho muito gosto em ser autarca, mas sei que um dia deixarei de ser e a vida continua. Não penso que sou eterno ou insubstituível. Mas exijo respeito porque eu também respeito as outras pessoas. Uma coisa é a oposição. Tem que fazer o seu papel. Percebo que me critique e às vezes de forma mais agressiva. Não aceito são as ofensas pessoais, os boatos, as calúnias”.