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Duas horas sempre a abrir

Daniela Mercury canta, dança, brinca

Espreitámos o concerto de Torres Vedras para vermos como vai ser em Coruche no Sábado. São duas horas trepidantes. Com muita cor e alegria. Daniela Mercury não pára.

O ritmo é estonteante. Ninguém consegue ficar indiferente à energia de Daniela Mercury. A artista brasileira subiu ao palco do campo de tiro de Santa Cruz, Torres Vedras, por volta das onze da noite. Até à uma da manhã ninguém parou de dançar. A percussão é frenética. Daniela Mercury apresentou-se de vestido preto. Saia curta com folhos. Sapatos de salto alto. As bailarinas vestiam de branco. O espectáculo começou com uma representação de capoeira que fez o público mais jovem aquecer. Pouco tempo depois a cantora manda parar a música. Queixa-se que o som dos instrumentos está muito alto e que não consegue ouvir a sua voz. Pede para melhorarem os graves. O público compreende, bate palmas e o concerto continua. Já tinha cantado três canções do seu novo trabalho “Carnaval Electónico”. As batidas fortes de Maimbê Dandá já tinham posto as pessoas a tirar os pés do chão, quando Daniela explicou: “Trouxe outras canções para vocês conhecerem”. Agradece ao público brasileiro que está a assistir ao espectáculo, agitam-se duas bandeiras do Brasil no ar.O espectáculo continua com enorme agitação no palco. Há bailarinos a entrar e a sair. A música não pára. Daniela Mercury percorre o palco de uma ponta à outra, como que querendo levar a música a todos os cantos da assistência. Para provar que apesar dos seus 40 anos, feitos a 28 de Julho, ainda está em forma, dá três piruetas em cima do palco. Depois recorda canções antigas. “Quanto tempo tem para matar esta saudade...”, começa a cantar. “Assim está bem”, diz um homem que está a servir uma imperial num dos bares espalhados pelo recinto. O público acompanha cantando. Segue o tema “Nobre Vagabundo” do disco Feijão Com Arroz editado em 1996. Interage com as pessoas perguntando quem é que é apaixonado. “Quem é que faz tudo por amor? Quem deixa tudo por amor?. Às perguntas segue-se o agradecimento. “É tão bonito cantar com vocês. A nossa língua, o português, é tão bela. O meu sonho é ver o mundo cantando nossas canções”. Daniela não pára. Pula, ri, canta, corre pelo palco. Pára só três minutos enquanto os bailarinos executam uma dança ao som de tambores. À medida que o espectáculo caminha para o final o público vai entrando em delírio. Corresponde ao pedido da cantora e salta de um lado para o outro. Por cima das cabeças gera-se uma nuvem de pó. Desafia os homens a dançar samba: “homem que rebola vale por dez”, grita. “Moro num país tropical...”, canta, depois de convidar as pessoas a irem à sua terra, Bahia, assistir a um trio eléctrico. Termina o espectáculo com um “obrigado” e dizendo sentir-se “feliz por compreenderem o que faço, o que os meus músicos fazem”. As pessoas regressam a casa para descansar. Um concerto de Daniela Mercury deixa qualquer um arrasado.

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