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“Quero pôr os portugueses a dançar”

Daniela Mercury promete diversão total em Coruche

Daniela Mercury falou com O MIRANTE e manda um recado para o pessoal de Coruche. Encham-se de energia porque a noite de Sábado, dia 13, vai ser de “Carnaval Electrónico”, o título do álbum que serve de base ao espectáculo. O “Nobre Vagabundo” também vai passar pelo palco, como não podia deixar de ser.

Em Portugal quando se fala de Daniela Mercury ainda se fala daquele que foi o seu primeiro sucesso no nosso país, o álbum “Feijão com arroz”. Este espectáculo é baseado noutro disco. Como é que o público está a reagir?Montei um espectáculo com base no disco que lancei no ano passado no Brasil e que se chama “Carnaval Electrónico”. É parecido com o que apresentei no Rock in Rio. O público às vezes não percebe, mas eu não aguentava mais fazer oitenta espectáculos iguais. Em Portugal não pode fazer um espectáculo sem cantar o “Nobre Vagabundo”.É impossível não o fazer. Foi o grande sucesso do disco que mais vendeu durante a minha carreira musical em Portugal e vou guardar isso durante toda a minha vida. Quando as músicas fazem parte da nossa vida é impossível mudar essa mágica. Mas essa canção me dó oportunidade de mostrar outras canções e os outros estilos.Quais são as diferenças entre o público português e o brasileiro?O público português por vezes, em alguns lugares, é mais contido e mais sério que o brasileiro. O que não quer dizer que não esteja a gostar do espectáculo, das músicas. Em Portugal sinto-me extremamente respeitada, porque as pessoas têm uma sensibilidade para a música que é muito especial. É bom saber que as pessoas estão a escutar a música.Isso quer dizer que no Brasil as pessoas não ouvem as músicas?Muitas vezes reclamo porque as pessoas dançam tanto que não estão a olhar para o palco. O ideal era misturar o público brasileiro com o português, porque assim ficamos no meio termo. Mas não me incomodo com isso. Adoro desafios. Adoro as diferenças.Quais são então as principais novidades no espectáculo montado para esta tournée?Há coreografias novas. A meio do espectáculo há uma baiana a dançar. Quero mostrar ao povo português algumas canções que não são as mais conhecidas, mas que revelam a minha capacidade de trabalho, as variações da minha carreira. O artista tem que provocar o público com coisas que ele não espera. É um espectáculo diferente apesar de não ter alterado o cenário do palco. Para além das músicas novas há mais alguma coisa diferente? Quero também mostrar o que se faz de novo na dança e isso estará representado no palco. Há representações de capoeira, ou variações desta dança. Há samba. Quero pôr os portugueses a dançar.Tem tido tempo para pensar em novos projectos? Vou lançar um novo trabalho no Brasil que se chama “Clássica”. São dezoito canções clássicas da música brasileira. Vou cantar temas de Chico Buarque, Vinicius de Morais, Caetano Veloso, entre outros. É um repertório que cantei muito na minha vida, mas que os portugueses nunca me viram cantar. É importante o público de Portugal vir também a conhecer este meu lado para compreender melhor a minha história, a minha carreira. É conhecida por ser uma cantora de causas, até que ponto as canções podem ser uma forma de intervenção política?O artista tem em primeiro lugar uma preocupação estética. Mas não posso ignorar que ou uma pessoa observadora do mundo, dos comportamentos. A função da música é ser bem feita, com boa poesia, boas letras. E se for assim ela é transformadora, deixa marcos nas pessoas. Ao fazer música estamos também a fazer política, mas acima de tudo estamos a afirmar a cultura de um povo.

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