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Saneamento básico a caminho

No seu programa de recandidatura aparece a ideia de elevar Coruche a cidade. É assim tão importante que Coruche deixe de ser vila?Coruche tem que crescer para estar ao nível das cidades médias do interior do país. O título de cidade é o menos importante aqui. O mais importante é que haja um crescimento efectivo de Coruche do ponto de vista económico, cultural e da qualidade de vida. O importante é que Coruche tenha, daqui a quatro anos, as condições das cidades do interior. É isso que nós queremos, mais do que o título de cidade. A qualidade de vida a que temos direito.Uma cidade tem que ter um sistema de tratamento de esgotos. É condição essencial. A esse nível está tudo por fazer em Coruche.Assumimos isso. O concelho tem um atraso muito grande em termos de cobertura de saneamento. É um problema prioritário. O que já foi feito para resolver esse problema?A vila de Coruche não tem sistema de tratamento de esgotos. Nesta altura está a decorrer o processo através da empresa “Águas do Ribatejo”. Já foi feito o concurso para a construção do sistema e estamos em fase de adjudicação da obra. É um investimento que ronda os dez milhões de euros. Precisamos também de uma ETAR na zona industrial. O projecto está feito. Está também nas “Águas do Ribatejo” para concurso. E precisamos de fazer o saneamento em muitos lugares do concelho, onde ele não existe. Onde continua a existir a fossa séptica que no futuro queremos substituir por uma rede de saneamento básico. Se for reeleito vai ter muito mais para fazer para além dos esgotos tendo em conta as intenções já anunciadas. É preciso investir na economia, no ensino, na cultura. É preciso fixar os jovens. Vamos construir um espaço multiusos no local onde hoje funciona a garagem da Ribatejana. Nesta altura, já está adjudicada a construção de uma central de camionagem e o espaço vai ficar livre. Faremos ali um equipamento cultural por excelência. Para espectáculos musicais e teatrais, para cinema, exposições...A câmara também tem intenção de construir uma nova biblioteca. É um investimento que se destina apenas à comunidade escolar, ou no concelho há outro tipo de utilizador da biblioteca?Em Coruche temos um número de utilizadores da biblioteca muito elevado. São pessoas de todos os escalões etários. Não são só estudantes que ali vão fazer pesquisas para trabalhos. Ainda há o hábito de levar livros para casa. O investimento numa nova biblioteca justifica-se plenamente. O que falta para concretizar esse investimento?Falta o terreno. O projecto está praticamente concluído. Temos um pré-acordo com o Instituto do Livro e da Leitura para financiamento da obra. A nossa intenção é instalar a futura biblioteca no centro histórico da vila, no local onde está hoje o quartel dos Bombeiros. A biblioteca só pode ser construí- da quando os bombeiros tiverem um novo quartel.Sim. Vamos construir o novo quartel fora da vila, numa zona periférica, com fácil acesso. Já temos o projecto. Estamos a tratar do contrato-programa com o Governo. Estamos a falar no curto-prazo para os Bombeiros e no médio prazo para a Biblioteca.Coruche tem bombeiros municipais em vez de voluntários. É uma vantagem ou desvantagem? É uma situação muito injusta. As câmaras que têm a seu cargo bombeiros municipais fazem um forte investimento e os apoios são escassíssimos. Nós gastamos à volta de 800 mil euros por ano. Ainda agora comprámos um auto-tanque e um pronto-socorro florestal que custaram 250 mil euros. Os municípios onde há bombeiros voluntários não têm tantas despesas. Algumas também contribuem com avultados apoios.Os bombeiros voluntários têm bons apoios por parte do Estado, como é justo e legítimo. Não é isso que está em causa. O que nos parece é que os municípios que têm bombeiros municipais são discriminados e têm custos muito maiores com os bombeiros do que têm os outros municípios onde há bombeiros voluntários. O estádio municipal está em fase de acabamento. Porque é que preferiram esta solução em vez de deixarem o Coruchense avançar com o seu próprio estádio?A solução resultou de um acordo entre o Câmara e o clube. O terreno onde o Grupo Desportivo Coruchense ia fazer o seu estádio foi avaliado em cerca de 40 mil contos. A câmara comprometeu-se a construir uma sede para o clube no mesmo valor recebendo o terreno em troca. E comprometeu-se ainda a fazer um estádio municipal dedicado ao Coruchense. Foi entendido por ambas as partes que esta era a solução mais vantajosa.O estádio fica perto das escolas e para além de servir o clube servirá também os estudantes. Por ouro lado, a sede do clube vai ser construída junto ao Estádio Municipal. O que vai ser feito no terreno que era do Coruchense?É um terreno localizado a três quilómetros da vila, num descampado. Numa zona fora do contexto urbano. Ainda não há destino para ele. Do que não gostou muito foi do projecto que herdou das piscinas municipais.O equipamento em si é bom, com qualidade e serve o concelho de Coruche, o que criticámos foi toda a obra exterior, a obra de fachada que já estava comprometida com o empreiteiro. Foi um gasto enorme em betão sem utilização prática. E a torre de saltos também era desnecessária. É um equipamento para utilizar só por especialistas.Chegou a falar na possibilidade da construção de uma piscina no Couço. Porque é que não avançou?Por falta de dinheiro. Pagámos por inteiro a piscina de Coruche. Custou 7 milhões de euros. Para além do preço ser elevado por incluir a tal fachada e a torres de saltos ainda tivemos que suportar a totalidade do custo porque o anterior executivo não respeitou as indicações que havia relativas a equipamentos deste género.Que indicações eram essas?O custo da obra não deveria ultrapassar determinado valor para poder candidatar-se a fundos comunitários. Assim foi impossível e tivemos que pagar tudo. Se tivesse sido possível alterar o projecto e obter apoios teríamos oportunidade de construir um tanque de aprendizagem no Couço. Assim é impossível.

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