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Santuário de Nossa Senhora do Castelo vai ter museu

Santuário de Nossa Senhora do Castelo vai ter museu

Irmandade informatizou os serviços, fez obras e restaurou o andor

Depois de ter melhorado as condições do santuário, a Irmandade de Nossa Senhora do Castelo, em Coruche, vai criar um museu e editar uma brochura e um DVD com a história do culto à virgem.

A Irmandade de Nossa Senhora do Castelo, em Coruche, está a preparar a criação de um museu dedicado ao culto e à história do santuário da vila. Em paralelo está a ser preparada uma brochura escrita em português e inglês que conta o surgimento do culto a Nossa Senhora do Castelo e os factos mais marcantes dos mais de 500 anos de devoção. A irmandade quer também lançar um DVD. Segundo Gonçalo Dias, da Irmandade de Nossa Senhora do Castelo, o espaço museológico vai conter documentos antigos, fotografias e vai ter o andor que, anualmente, transporta a imagem da virgem na tradicional procissão e que este ano foi restaurado. O último registo existente sobre o restauro do andor data de 1891. Não se sabe se depois dessa data houve alguma intervenção. A data da sua construção é desconhecida. Na procissão, o andor é transportado, unicamente, por membros da irmandade. São cinquenta.Não há nenhuma regra específica para escolher as pessoas que ficam encarregues de carregar os andores. A selecção é aleatória consoante os irmãos se vão oferecendo para as diversas tarefas. Já no que toca à ornamentação do altar da igreja e do andor há um grupo que habitualmente desempenha estas funções. Para além disso, quem este ano for às festas de Nossa Senhora do Castelo, que decorrem até 18 de Agosto (ver programa nesta edição) vai encontrar um santuário diferente. A irmandade fez diversas obras de remodelação, entre as quais o calcetamento do miradouro, a remodelação da loja de artigos religiosos e reforçou a iluminação do local. Foi também melhorado o escoamento de águas. As obras foram realizadas com fundos próprios da irmandade que tem actualmente 750 irmãos, com o apoio da câmara municipal, juntas de freguesias e empresas do concelho.A nível funcional, a irmandade reestruturou também os seus serviços que estão agora informatizados. Foi criada uma base de dados de todos os irmãos, que permite uma gestão mais fácil das actividades administrativas, cobrança de quotas, entre outros. A Irmandade de Nossa Senhora do Castelo é uma organização legalmente constituída e tem como missão zelar pelos interesses do santuário e promover e organizar festas religiosas. É constituída por habitantes de Coruche que têm que ser obrigatoriamente católicos praticantes. Uma das tarefas mais importantes da Irmandade, que existe desde o Século XVIII, é fazer a manutenção da igreja e das casas anexas onde mora a guarda do santuário e que servem também de armazém. No santuário há um espaço onde estão os ex-votos. São pinturas sobre madeira que representam milagres atribuídos a Nossa Senhora do Castelo. Durante muito tempo estiveram esquecidos em arrecadações da igreja, mas recentemente foram colocados nas paredes de uma sala anexa à sacristia. Alguns têm cerca de duzentos anos. Um culto secularNão há certezas sobre quando se iniciou a devoção a Nossa Senhora do Castelo, mas deve estar relacionado com a carta-ordem de D. Jorge de Lencastre, datada de 13 de Junho de 1516. Esta mandava-se fazer uma solene procissão em honra de Nossa Senhora do dia dois do mês de Julho, dia da vizitação a Santa Isabel. Mais tarde e porque a igreja assinalava a maior festividade no dia da Assunção de Nossa Senhora, a 15 de Agosto, a procissão foi transferida para essa data.D. Jorge de Lencastre cumpria ordens de D. Manuel I, segundo o qual era necessário que todos os cristãos soubessem agradecer com o devido louvor as graças conhecidas por intermédio de Nossa Senhora. Por isso, todos os anos como se fazia no Dia de Corpo de Deus, era obrigação organizar-se uma procissão com a maior pompa possível. Também a data de construção da igreja na parte mais alta de Coruche, não está completamente apurada. Julga-se que foi construída depois de D. Afonso Henriques ter estado no local. A única coisa que atesta essa ideia é um quadro pintado à mão com a imagem do conquistador colocada no interior da igreja.
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