Há uma nova esperança no processo de viabilização da maior empresa do concelho do Cartaxo que, em Abril, apresentou um plano de insolvência junto do tribunal da cidade por não ter capacidade para pagar os cerca de 10 milhões de euros de dívidas. O administrador de insolvência, António José Rodrigues, nomeado pelo tribunal, comunicou que há uma empresa interessada em arrendar ou comprar parte da Metalgrupo. O anúncio foi feito durante a assembleia de credores na quarta-feira, dia 3. António José Rodrigues não deu muitos pormenores sobre o caso, mas disse ter sido contactado na tarde anterior (terça-feira) por uma pessoa ligada ao ramo automóvel. Segundo disse, essa pessoa colocou como hipótese a entrada para o capital social da empresa, o que significa uma injecção de dinheiro. A concretizar-se aquela intenção abre-se uma perspectiva diferente que pode facilitar a viabilização da metalúrgica. António José Rodrigues comunicou que está prevista uma visita à Metalgrupo dos potenciais interessados.Afirmou ainda que a ideia é aproveitar as instalações da Metalgrupo para a fabricação de robôs para a montagem de veículos automóveis.Entretanto, ficou marcada para 21 de Setembro uma nova assembleia de credores. Na última sessão, na quarta-feira, dia 3, foi aprovado o relatório do administrador de insolvência, onde consta a lista dos credores e das respectivas dívidas. Esta nova assembleia foi marcada depois de alguns credores se queixarem de o relatório não conter o montante de créditos que a Metalgrupo pode reclamar. Apurou-se que a empresa tem para receber cerca de dois milhões de euros de clientes, mas também não há certezas sobre se todos os montantes são cobráveis. A situação acabou por ficar resolvida, ao determinar-se a junção do último balancete da empresa. Mas mesmo assim houve dois credores que votaram contra o relatório, representando 3,43 por cento do crédito reclamado. Nesta assembleia estavam presentes credores que no total representavam 78,1 por cento. Recorde-se que nas assembleias de credores a votação incide sobre a percentagem que cada um representa no total dos créditos. A marcação de uma nova assembleia foi motivada também pela entrada de um novo credor, que provocou alterações na constituição da comissão de credores (com os cinco maiores). A Conremay (empresa de trabalho temporário, com 7,98 por cento) passou a integrar a comissão por ser o terceiro maior credor. Da comissão fazem parte o BCP, que é o maior credor com 10 por cento do total dos créditos reclamados e a Segurança Social (9,48 por cento). Em quarto lugar está a SMO, uma empresa do sector da metalurgia e a Direcção Geral de Impostos (fisco). Abre-se agora um período para eventuais reclamações dos créditos considerados pelo administrador da insolvência, António José Rodrigues. E até dia 18 de Agosto os credores podem pronunciar-se sobre o plano de insolvência da Metalgrupo, apresentando sugestões que contribuam para a viabilização da empresa. A viabilização da Metalgrupo passa pela venda dos 50 mil metros quadrados de terreno onde está instalada. O valor obtido no negócio vai ser empregue em novas instalações no Casal Branco, em Pontével, mais adequadas a uma restruturação da empresa que deixa de operar na metalurgia pesada. Prevê-se também pela redução do número de trabalhadores que não têm neste momento ordenados em atraso. Se o plano for aprovado até ao final deste ano será negociada a rescisão com 11 funcionários e depois com mais 19 funcionários. A Metalgrupo compromete-se ainda apagar as dívidas em prestações semestrais durante dez anos.