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Carregar os andores é uma manifestação de fé

Procissão de todas as imagens é no domingo à tarde

Há quem carregue o mesmo andar há anos na procissão de todas as imagens das festas de Samora Correia, em honra de Nossa Senhora da Oliveira e Nossa Senhora de Guadalupe. Uns fazem-no para pagar promessas outros por simples manifestação de fé.

Há 12 anos que Maria Luísa e Henrique Marta pagam uma promessa pelo filho que nasceu com graves problemas de visão. Ajudam a transportar o andor de Nossa Senhora da Oliveira, padroeira da Freguesia de Samora Correia, na denominada “procissão de todas as imagens”, que este ano se realiza na tarde de domingo, 21 de Agosto.Enquanto o casal transporta o andor, o filho segue com amigos e com a avó no meio do restante público. Já fez várias operações e melhorou um pouco. “Agora vê a dois décimos”, refere o pai. Por isso, diz que há que continuar a ter fé e a acreditar. Este ano a promessa volta a cumprir-se. Quem também não falha a nenhuma procissão é Joaquim Venâncio. Começou a participar aos quatro anos e já tem 47 anos. Quando era mais novo ajudava a levar os andores mais pequenos, como o de S. Pedro. Mais tarde teve “o privilégio” de carregar em ombros, durante vários anos, os mais pesados, “quer em quilos – alguns chegam a pesar 100 quilos - quer em tradição”, como os de Nossa Senhora da Oliveira e de Nossa Senhora de Guadalupe,. “Sou católico e faço-o por uma questão de devoção. Mas também gosto de participar em tudo o que diga respeito à minha terra”, explica. Às vezes as promessas são levadas a “extremos”, como explica Felismina Pederneira, responsável da igreja pelas procissões. Foi o que aconteceu há cerca de 30 anos quando uma senhora quis pagar uma promessa fazendo todo o percurso da procissão de joelhos por baixo do andor de Nossa Senhora da Oliveira. “Como ela estava a atrasar o andamento da procissão o senhor padre teve de ir lá retirá-la. Mas fê-lo a muito custo”, recorda.Na Quinta-feira (este ano no dia 18) são levadas para a Ingreja Matriz as imagens de Nossa Senhora de Guadalupe que vem do Porto Alto, do Senhor dos Passos que vem da Igreja da Misericórdia e de S. João Baptista que é trazida da Capela dos Arados. No Domingo, antes da procissão de todas as imagens, entra na Igreja, vinda da ermida situada na Lezíria, a padroeira dos campinos, Nossa Senhora de Alcamé. O andor mais disputado é o da padroeira. Todos o querem transportar. Mas nunca há falta de voluntários para pegar aos outros andores. “Neste momento já estão atribuídos os lugares para alguns andores das das festas do ano que vem”, revela Felismina Pederneira. A procissão de domingo é o ponto alto das cerimónias religiosas. Integra 16 andores. O percurso é difícil e moroso. Sai da igreja matriz, segue pela rua principal, passa pelo largo do Calvário - onde a dificuldade se acentua pela areia colocada para as picarias - pelo jardim do coreto e volta à igreja. Este ano as festas de Samora Correia, em honra de Nossa Senhora da Oliveira e de Nossa Senhora de Guadalupe, termina segunda-feira, dia 22. Nesse dia as imagens que vieram de outras igrejas e capelas para a grande procissão voltam a casa. Ricardo Carreira

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