uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Seca afecta ovelhas

Seca afecta ovelhas

Associação de criadores garante que recolhe diariamente mais de uma centena da animais
A Associação de Criadores de Ovinos do Sul (ACOS) afirma recolher a sul do Tejo diariamente uma média de 120 animais mortos, parte deles “devido à seca”, mas o Ministério da Agricultura considera normal essa mortalidade.O Sistema Integrado de Recolha de Cadáveres de Ovinos e Caprinos (SIRCA), que depois são encaminhados para uma fábrica de Coruche para fabrico de farinha, foi criado pela ACOS em Outubro.Segundo o responsável da ACOS, Castro e Brito, a estrutura, criada através de uma parceria com a Direcção-Geral de Veterinária, é composta por cerca de duas dezenas de pessoas.Nos últimos tempos, é recolhida diariamente, no Ribatejo, Oeste, Alentejo e Algarve, uma média de 120 animais mortos, por dia, devendo-se uma “percentagem significativa” dessa mortalidade à “seca que assola o sul do País”.“Parte desses cadáveres são de animais que morreram por causa da seca e de deficiências alimentares, precisamente por, este ano, não abundar a alimentação e os agricultores terem dificuldade em obter palha”, disse.Contudo, em nota de imprensa, o Ministério da Agricultura garantiu que a taxa de mortalidade verificada em ovinos e caprinos ronda os 2,8 por cento e “tem-se mantido dentro dos limites de morte natural considerados normais”.A taxa de mortalidade dessas espécies, segundo o ministério, não é, por isso, “imputável a qualquer factor extraordinário, nomeadamente a seca”.O Ministério da Agricultura argumenta ainda que o acréscimo da recolha de animais mortos se deve ao alargamento da área de intervenção atribuída pela Direcção-Geral de Veterinária ao SIRCA.“O acréscimo de ovinos e caprinos mortos nas explorações que são objecto de comunicação deve-se, exclusivamente, ao alargamento da área de intervenção da ACOS, a qual passou de 24 para 57 concelhos a partir de Abril”, pode ler-se.Para Castro e Brito, esta posição do Ministério da Agricultura é “demagógica” e pretende apenas “transmitir à opinião pública a ideia de que está tudo normal”.“Este ministério acha tudo normal, quando estamos a viver uma situação que não acontecia há uma centena de anos, que é uma seca terrível”, contrapôs, mantendo que “uma boa parte dos animais que morrem nas explorações é por causa da seca”.Segundo o responsável da ACOS, ao invés do Ministério da Agricultura “arremessar contra os agricultores e quem está no terreno”, deveria optar “por dialogar”.“O ministério não admite que esta calamidade é real, mas o facto é que os seus efeitos são visíveis, tanto na pecuária, como nos cereais. Só no Baixo Alentejo, a quebra de produção nos cereais deve rondar os 98 por cento”, argumentou.O Instituto Nacional de Estatística referiu, na semana passada, que a situação de seca severa e extrema no território continental tem causado graves prejuízos na agricultura, particularmente nos cereais de Outono/Inverno e na pecuária devido à escassez alimentar.Lusa
Seca afecta ovelhas

Mais Notícias

    A carregar...