Foi um discurso de mea culpa, o que o reeleito presidente da Câmara de Tomar fez na sua tomada de posse, realizada segunda-feira. António Paiva (PSD) disse querer “uma câmara mais próxima do munícipe” e o “incremento da participação da sociedade civil nos principais assuntos da autarquia”.“Queremos discutir publicamente, de forma aberta e responsável, os meios de investimento e de funcionamento da autarquia, bem como as perspectivas de receitas e opções políticas para as conseguir”, garantiu.António Paiva elegeu ainda como meta a eficácia e rapidez dos serviços na resposta aos munícipes, acrescentando querer que os munícipes avaliem essa prestação.Os munícipes serão também chamados para o debate relativamente às opções estratégicas do concelho para o plano de acção do Médio Tejo com vista ao próximo Quadro Comunitário de Apoio. Oposição sem pelourosAo contrário do que sucedeu nos últimos quatro anos, António Paiva escusou-se a dar pelouros à oposição. Apesar de esta ser agora mais representativa (três vereadores, mais um que no mandato passado).O presidente justifica a sua decisão pelo facto de os vereadores da oposição (Pedro Marques e Rosa Dias eleitos pelo movimento independente e Carlos Silva pelo Partido Socialista) terem posições muito divergentes da maioria sobre vários assuntos.Mesmo assim, António Paiva nunca teve tão poucos pelouros e de tão pouca relevância como os que chamou agora a si – turismo, limpeza e jardins. As áreas de maior importância política ficaram nas mãos do vice-presidente.Questionado por O MIRANTE sobre se esta situação não indicia um posterior abandono do “barco” autárquico, António Paiva deu uma resposta no mínimo curiosa: “Vou estar presente na próxima reunião. O futuro a Deus pertence”.O vice-presidente Corvelo de Sousa “arrecada” os pelouros do planeamento físico, gestão urbanística, departamento de obras, cultura e desporto. Carlos Carrão fica com o pelouro financeiro e para Rosário Simões, a nova cara deste executivo, está guardada a educação e acção social.Na cerimónia foi ainda dada posse aos 37 membros que compõem a assembleia municipal e votado o presidente da mesa. Que será por mais quatro anos o deputado da Assembleia da República Miguel Relvas (PSD).