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No jardim da Idalina

Idalina Gaspar, florista do mercado de Vila Franca de Xira

Rosa, laranja, amarelo, verde, lilás, vermelho… Uma infinidade de tons de flores que preenchem o dia a dia de Idalina Gaspar há já 22 anos. Entre rosas, margaridas, orquídeas e tulipas, Idalina é hoje uma mulher realizada depois de tempos mais difíceis.

Tinha apenas 11 anos quando começou a trabalhar como empregada doméstica. Aos 10 anos havia abandonado a escola por vontade do pai, que tinha um temperamento intempestivo devido a problemas com o álcool. Foi aos 17, depois de casar, que se iniciou na venda de flores com a sogra.Todos os dias, por volta das 6h da manhã, Idalina Gaspar chega ao mercado municipal de Vila Franca de Xira e dispõe as muitas variedades de flores em recipientes com água. É lá que ficam até alguém as escolher entre todas as outras.Depois de abertas as portas do mercado, resta a Idalina esperar pelos clientes. A florista explica que esta altura, até às vésperas do Natal, é uma das épocas baixas do meio. Já os pontos altos nas vendas são o Dia dos Finados, obviamente, a Páscoa e datas comemorativas como o Dia dos Namorados e o Dia da Mãe. A maioria das flores que Idalina Gaspar vende no dia a dia é para enfeitar a casa, sendo que as margaridas, as rosas e as gerbérias são as normalmente escolhidas para este efeito. Na verdade, Idalina refere que a rosa, nos seus mais variados tons, é a flor com mais saída, já que se adequa a quase todas as situações. Para além da rosa, o cravo, a coroa imperial e o gladíolo são as outras espécies de flores que vendem melhor. Já as mais exóticas, e também mais caras, como as orquídeas e os antúrios, ficam reservadas para ocasiões mais especiais. Raramente as pessoas pedem opinião sobre que flor devem comprar para determinada ocasião, mas quando pedem, Idalina usa a sua experiência para dar o conselho. Por exemplo, “a um homem não se deve oferecer uma gerbéria, talvez um cravo ou uma rosa, ou margaridas azuis”. Para oferecer à mãe, Idalina considera que a tradicional rosa “é uma flor muito bonita para lhe oferecer”. E embora já se tenha tornado um cliché, a florista considera que as rosas vermelhas ainda são as flores dos apaixonados. Como a sogra vendia as flores aos molhos, quando Idalina Gaspar decidiu fazer também arranjos teve apenas a sua vontade como professora. “Gostava tanto disto que consegui aprender facilmente”, refere. Depois de algumas experiências frustradas no início, a florista rapidamente lhe apanhou o jeito. Por isso, diz orgulhosa que “todas as coisas que fui fazendo foram sempre pensadas por mim”. Hoje, a florista continua a” inventar” novas formas de fazer arranjos.Entre simples ramos, arranjos para casamentos, palmas, coroas e bouquets de noiva, estes são os que mais prazer dão a Idalina Gaspar. Um pouco avessa à “modernice” dos ramos com flores em cor vermelha, esta florista prefere o tradicional ramo em tons de champanhe ou mesmo branco. Quanto às flores, as eleitas para estas ocasiões por Idalina são as rosas e as orquídeas.Apesar de eleger estas espécies para os bouquets de noiva, Idalina Gaspar afirma que não consegue ter uma flor preferida, porque “lido com todas, gosto de todas”. A atenção dedicada é também igual para todas as suas flores, embora algumas requeiram mais cuidado pela sua delicadeza, como as orquídeas e os antúrios. Muitas das flores que tem à venda no seu espaço no mercado são produzidas pela própria Idalina. Ao todo são cinco hectares de margaridas, gladíolos e verduras que o marido da florista cuida a tempo inteiro. É um investimento que, segundo Idalina, nem sempre compensa, mas que considera importante, já que assim sabe que as flores são realmente de qualidade.Entre vender no mercado e tratar das plantações, ainda sobra tempo a Idalina Gaspar para usar a sua paixão na decoração da sua casa, enchendo-a de cores e essências agradáveis.Sara Cardoso

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