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Pedir misericórdia à Santa Casa

Venho por este meio pedir misericórdia à Santa Casa. Corrijo, ao departamento de jogos da Santa Casa da Misericórdia. Quem já experimentou ligar para o número disponibilizado para informações sobre jogos sabe do que estou a falar.A semana passada tive que pedir uma informação que mão está disponibilizada no site dos jogos Santa Casa e liguei para o 808 203 377. Escrevo para avisar os incautos que um dia tenham que fazer o mesmo. Aquilo é arrasador. Uma experiência de mexer com os nervos do mais calmo.Atende uma máquina que nos vai dando indicações para acedermos a outras máquinas que estão prontas a disparar gravações. Se quisermos falar mesmo com alguém também nos é dada essa possibilidade, mas só em teoria. Eu passo a explicar. Ficamos tempos infinitos a ouvir publicidade aos jogos santa casa e nunca aparece ninguém ao telefone com quem possamos falar.A mim calhou-me dose dupla porque liguei duas vezes. Dez minutos de publicidade de cada vez. Eu ali a pagar telefone para ouvir publicidade. E fiquei sem saber o que queria. Tive que desligar porque se me esgotou o saldo do telemóvel e a paciência. Já me tinha acontecido o mesmo com outras empresas. Com a Netcabo, por exemplo. Uma altura gastei mais de 50 euros em telemóvel e não consegui falar com ninguém. Mas a NetCabo é a NetCabo. Eu pensei que com a Santa Casa da Misericórdia, tendo em conta o seu historial de bem-fazer, as coisas iam ser diferentes. Ingenuidade a minha.Qual Santa qual carapuça. Apanhei uma seca monumental, de auscultador colado ao ouvido. Entre cada bloco de publicidade aparecia uma voz a dizer coisas como estas: “Por favor aguarde. Dentro de instantes a sua chamada será atendida”. Ou ainda: “Aguarde um momento. Será atendido dentro de instantes”. Ou seja. A Santa Casa ainda goza com a nossa cara. O que serão instantes para aquela gente? Horas? Dias? Semanas? No final mandamos com o telefone contra uma parede e só não mandamos a Santa Casa para locais pouco santos porque não temos interlocutor.Aquilo até dá para criar um novo jogo. O “Telefone da Sorte”, por exemplo. Ligavam uma roleta ao atendedor de chamadas. O apostador que primeiro conseguisse falar com alguém ganhava um prémio. Tenho a certeza que havia jack-pot todas as semanas.Fernando Carvalho

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