Faleceu, no passado dia 21 de Fevereiro, o escritor Júlio Graça, aos 82 anos, vítima de doença prolongada. Poeta, novelista e romancista, Júlio Graça destacou-se como uma figura importante da vida cívica e intelectual de Alhandra.O primeiro contacto do escritor com o movimento cultural e com os autores neo-realistas foi no núcleo existente em Alhandra, do qual a figura mais proeminente foi Soeiro Pereira Gomes. O facto de ter trabalhado desde cedo no meio fabril influenciou toda a sua escrita ao abordar a problemática social do meio operário.“Buza”, de 1954, “Lezíria” (1952), “O Salário de Judas” (1955), “Um Palmo de Terra” (1959), “A Espada e o Coração” (1962) e “De Búzio no Ouvido” (1996) são algumas das obras que fizeram de Júlio Graça um autor conceituado. Para além da escrita, Júlio Graça empenhou-se no projecto do Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, e esteve durante vários anos à frente do Museu de Alhandra - Casa Museu Dr. Sousa Martins. O escritor Urbano Tavares Rodrigues descreveu-o como “militante comunista, homem franco e fraterno, neo-realista convicto, manteve-se sempre ligado às aspirações populares, ao progresso da sua terra, à leitura e à escrita”.