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Café Central recorda Soeiro Pereira Gomes

Café Central recorda Soeiro Pereira Gomes

Homenagem ao escritor em Vila Franca de Xira
O escritor, o político e o homem. Perspectivas diferentes, mas que se confundem na figura de Joaquim Soeiro Pereira Gomes. O homem do norte que adoptou Alhandra e as suas causas foi homenageado, no passado sábado, 25 de Fevereiro, em Vila Franca de Xira.O Café Central recebeu um conjunto de figuras que conviveram com Soeiro Pereira Gomes e que quiseram partilhar com as cerca de 30 pessoas presentes essa convivência. Maria Luísa Pereira Gomes, cunhada do escritor, recordou o dia em que o conheceu, em 1942. Nessa altura estava longe de imaginar que viria a casar com o irmão do escritor, Jaime Pereira Gomes, muitos anos depois.Maria Luísa Pereira Gomes partilhou, também, com os presentes “a sensação estranha, emotiva” que a atravessou quando leu pela primeira vez “Esteiros”. Foi “um mundo novo, totalmente desconhecido” que Soeiro Pereira Gomes levou até Maria Luísa.Isabel Câncio Reis, sobrinha do homenageado, não teve oportunidade de conviver com Soeiro Pereira Gomes, mas emocionou-se e tocou todos com a leitura do depoimento de Felisbela Vieira. Esta alhandrense conheceu de perto Soeiro Pereira Gomes quando, em pequena, lutava pela sobrevivência. No depoimento lido pela sobrinha do escritor, Felisbela Vieira relata os encontros que teve com Soeiro Pereira Gomes e como ele a ajudou, de alguma forma, a suportar a sua dura realidade. “Só o conheci como um homem bondoso que se interessava pelo sofrimento dos outros”, refere Felisbela no depoimento.António Dias Lourenço, dirigente histórico do Partido Comunista Português, recordou “uma geração que viveu na época das transformações”. Evocando o Soeiro Pereira Gomes militante comunista, sublinhou o papel dos comunistas no concelho de Vila Franca de Xira que “fizeram bastante para desenvolver este concelho em termos culturais, sociais e económicos”. António Dias Lourenço destacou o “sentido de solidariedade com os companheiros” de Soeiro Pereira Gomes. “Temos muito a aprender com Soeiro Pereiro Gomes, podemos retirar coisas daqui para compreender e enfrentar o mundo actual”, referiu.Sobre a escrita de Soeiro Pereira Gomes, Arquimedes da Silva Santos definiu-a como “uma escrita depurada, com um nível que outros neo-realistas não conseguiram”. O médico e homem da cultura da Póvoa de Santa Iria, salientou ainda o trabalho de Soeiro Pereira Gomes na reorganização do PCP entre 1940 e 1942.A presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira referiu a “luta pelas causas da liberdade, da democracia, da cultura, do associativismo” que marcou a vida de Joaquim Soeiro Pereira Gomes. Sobre o escritor, Maria da Luz Rosinha recordou-o como um neo-realista que colocava nos seus livros “impressões do que era a realidade”.O tributo ao escritor, filho adoptivo de Alhandra, inseriu-se na trilogia de iniciativas “Um café com…” promovidas pela câmara municipal. Tal como aconteceu com Álvaro Guerra e Alves Redol, o momento de homenagem foi assinalado com o lançamento de gravuras em metal e conjuntos de chávenas e pires. Os autores foram os artistas plásticos Irene Ribeiro e Américo Silva que se inspiraram no escritor.
Café Central recorda Soeiro Pereira Gomes

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