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Formação para aglutinar vontades

Associação Desportiva Vasco da Gama nasceu para unir duas aldeias vizinhas

A comemorar as bodas de prata, o popular Vasco da Gama, clube das aldeias de Maxieira e Boleiros, concelho de Ourém, está a refundar-se. A nova direcção quer voltar a unir as duas terras e prepara melhorias nas infra-estruturas.

A Associação Desportiva Recreativa e Cultural Vasco da Gama nasceu em 1986, estando por isso a comemorar 25 anos de vida. A colectividade ficou encravada num espaço de ninguém entre as placas das aldeias de Maxieira e Boleiros.Nasceu para unir as populações das duas povoações, e durante vários anos conseguiu-o. Mas depois de uma subida vertiginosa, o clube perdeu esse objectivo. Agora uma nova direcção está a lutar para voltar a aglutinar vontades e dinamizar a associação.Boleiros e Maxieira são duas aldeias bastante populosas do concelho de Ourém. Ficam paredes-meias com a cidade de Fátima e, em conjunto, contam com mais de três mil habitantes. Têm também muitos filhos imigrantes nos quatro cantos do mundo. Foi por isso que, há 25 anos, um grupo de pessoas das duas aldeias se juntou e fundou o Vasco da Gama, já nessa com a ideia de colocar a população das duas localidades a puxar para o mesmo lado.O grupo, formado por pessoas com grande capacidade de trabalho, conseguiu rapidamente encontrar o espaço, construiu o campo de futebol, na altura com boas condições, e conseguiu colocar escriturado em nome do clube um espaço de terreno com uma boa dimensão.Com a ajuda das pessoas das duas aldeias e de muitos imigrantes o clube cresceu, desenvolveu-se ao nível do futebol e durante alguns anos foi uma bandeira, ombreando com as mais carismáticas equipas do distrito. Chegou aos nacionais, durante duas épocas militou no Campeonato Nacional da Terceira Divisão, e honra-se mesmo de ter conquistado a Taça do Ribatejo na época de 1988/89.Contudo, a partir de certa altura, em vez de aglutinar as pessoas, o clube começou a criar uma rivalidade pouco natural entre as duas aldeias, e o clube começou a decair. Não havia também muitos atractivos para chamar as pessoas. A sede do clube não tem grandes condições e por isso houve algum desinteresse das populações.A organização da vida do clube também passou por grandes dificuldades, e com o fim do futebol sénior as pessoas afastaram-se por completo. Mas mesmo com grandes dificuldades um pequeno grupo de pessoas conseguiu não deixar acabar a colectividade e manteve sempre os escalões de formação.Nesta altura, muito por culpa de um imigrante regressado, João Martins, assiste-se ao relançamento do clube, mas só com as camadas jovens - escolas, infantis, iniciados e juvenis - foi encontrada uma direcção com vontade de trabalhar e lutar novamente para promover a união entre as pessoas das duas aldeias.Segundo o presidente da direcção, João Martins e o director desportivo, Eduardo Santos aglutinar de novo as pessoas não vai ser uma tarefa fácil. “O clube andou um bocado ao abandono. Embora houvesse futebol não havia organização, agora temos um projecto e acreditamos que vamos conseguir voltar a chamar as pessoas” referiu João Martins.Para já a direcção conseguiu juntar mais de trezentas pessoas num jantar comemorativo do vigésimo quinto aniversário. “Foi uma pequena vitória, mas ficámos satisfeitos porque pudemos fazer passar a nossa mensagem, e deu para que as pessoas verificassem que estamos a trabalhar e no bom caminho”, garantiu Eduardo Santos.O trabalho que se vem realizando com mais de uma centena de jovens, já deu resultados. Em infantis o Vasco da Gama já conquistou o título distrital de nível um, e em iniciados conseguiu o título no nível dois. “Só é pena que isso não tenha trazido mais pais a ver os jogos”, lamentou Eduardo Santos.Mas a direcção não baixa os braços, e tem um projecto sério para o clube. “Já o apresentámos na câmara e vamos desenvolvê-lo. Queremos aproveitar o espaço que é do clube para construir uma sede condigna. Queremos arranjar os balneários e colocar um piso sintético no campo de futebol. São três prioridades que queremos levar por diante, e temos condições, a médio prazo, para isso. Temos é que contar também com a colaboração da população das duas aldeias”, garantiram os dois dirigentes.

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