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Fazer política a brincar

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Assembleia Municipal Jovem reúne dezenas de candidatos a deputados em Azambuja

Trinta jovens deputados de Azambuja apresentaram propostas na Assembleia Municipal Jovem e não deram tréguas ao executivo camarário.

A deputada Raquel Santos, 12 anos, eleita pela Escola Básica 2/3 de Aveiras de Cima, Azambuja, pede a palavra na Assembleia Municipal Jovem. Levanta-se da bancada e prepara o discurso em tom de crítica. Quer saber porque é que a autarquia gasta dinheiro em avisos distribuídos pelos carros estacionados na rua principal de Azambuja.“Não seria melhor investir em campanhas de prevenção rodoviária?”, propõe, sob o olhar atento dos 30 jovens deputados que na tarde de sexta-feira encheram o auditório municipal do Páteo do Valverde, em Azambuja.O presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Joaquim Ramos, delicia-se com a intervenção e elogia os reparos das futuras deputadas municipais do concelho. Mas os aplausos não fazem esquecer as perguntas que foram colocadas.A deputada do lado, Beatriz Ventura, 13 anos, representante da mesma escola, volta ao ataque. “Não serão gastos a mais?”, reforça. O vice-presidente da autarquia, Luís de Sousa, responde à provocação. “Não, porque utilizamos papel reciclado”. A proposta do agrupamento de escolas de Vale-Aveiras é colocada à votação pelo presidente da Assembleia Municipal Jovem, Miguel Duarte, aluno do oitavo ano da Escola Secundária de Azambuja. “Alguém vota contra? Alguém se abstém. Então é aprovado por unanimidade”, diz em tom decidido.Os deputados da Escola Secundária de Azambuja querem saber porque não existem mais espaços no concelho que permitam a prática do desporto. A construção de um centro náutico e de um circuito de manutenção na Mata das Virtudes são algumas das propostas dos deputados da Secundária de Azambuja. O presidente da câmara explica que o programa Valtejo, que permite a requalificação das margens ribeirinhas do Tejo, chegou a Valada e parou. Joaquim Ramos diz que vai tentar ainda incluir Azambuja no projecto.Joaquim Ramos confessa que já tentou criar um circuito de manutenção nas Virtudes, mas a Direcção Geral das Florestas não autorizou. “Acho que a melhor forma de proteger um espaço é dar-lhe utilização, mas há quem não pense assim…”, justifica.Entre o público da assembleia há quem murmure que as perguntas foram orientadas pelas professoras. A aluna da Secundária de Azambuja, Vera Franco, pede a palavra em defesa da honra. “Não podemos aceitar que pensem que fomos influenciados pelos professores. Temos capacidade para fazer o nosso próprio trabalho!”. Os alunos do agrupamento de escolas de Azambuja viram o debate para os problemas internos das escolas: a violência entre colegas, conhecido como o fenómeno do “bullying”, as doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez na adolescência. “A câmara municipal não poderia disponibilizar um técnico para falar sobre educação sexual nas escolas?”, interroga Ana Teresa Vilelas.Mas a questão é muito mais complexa do que a simples disponibilização deu um funcionário. Joaquim Ramos defende maior mobilização das próprias escolas e associações de pais.Para a engenheira do ambiente da Câmara de Azambuja, Ana Farinha, que participou na organização da Assembleia Municipal Jovem, o evento é um excelente exercício para os futuros políticos contactarem de perto com os meandros da “grande máquina de participação e cidadania”.Ana Santiago
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