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Julgamento dos suspeitos de assalto a ourives de Benavente

Julgamento dos suspeitos de assalto a ourives de Benavente

Grupo roubou mais de 420 mil euros e lesou trinta pessoas

Sete imigrantes de Leste são suspeitos de participação no primeiro assalto à mão armada na ourivesaria Central de Benavente. Três estão presos e os restantes fugiram da cadeia de Coimbra e serão julgados à revelia. A loja está fechada e o proprietário ainda não recuperou das lesões causadas.

Três de sete cidadãos de Leste acusados de associação criminosa, furto e roubo em sete ourivesarias, incluindo uma de Benavente, começaram a ser julgados em Condeixa-a-Nova sob forte dispositivo de segurança. Os outros quatro arguidos encontram-se a monte, com paradeiro desconhecido, depois de se terem evadido do Estabelecimento Prisional de Coimbra em Junho de 2005, sendo julgados à revelia.Alguns indivíduos do grupo são suspeitos de envolvimento no assalto à mão armada verificado em Dezembro de 2004 numa ourivesaria de Benavente. Os assaltantes agrediram o ourives, Manuel Bilro, e levaram centenas de milhares de euros em peças.Um ano depois, o mesmo comerciante foi assaltado de forma semelhante e sofreu lesões graves das quais ainda não recuperou. A ourivesaria Central nunca mais abriu as portas. A PJ não confirmou se o segundo assalto foi feito pelo mesmo grupo. Os sete réus, seis romenos e um moldavo, com idades entre 28 e 33 anos, são acusados de assaltos a outras seis ourivesarias em Alenquer, Carnaxide, Mem Martins, Condeixa-a-Nova, Porto e Vila Nova de Gaia, tendo ainda roubado um automóvel e bens em ouro no valor de seis mil euros e causado danos avultados numa sapataria de Mem Martins.Na primeira sessão, o tribunal ouviu quatro inspectores da Polícia Judiciária (PJ) e uma técnica superior do Laboratório de Polícia Científica (LPC) que confirmou as conclusões dos relatórios de ADN efectuados a vestígios biológicos deixados pelos arguidos.Segundo os investigadores da PJ, os assaltos eram bem planeados, com boa articulação entre os operacionais, que comunicavam através de telemóvel, e o recurso a três automóveis.Os crimes foram cometidos entre Setembro de 2004 e Fevereiro de 2005, geralmente sob ameaças com arma de fogo, com o valor dos artigos de ouro roubados a rondar os 420 mil euros.Os alegados autores dos assaltos são acusados, de formas diversas, dos crimes de associação criminosa, furto qualificado, furto de uso, dano, roubo e roubo tentado, introdução em lugar vedado ao público, detenção de arma proibida, uso de documento falso e falsas declarações sobre a identificação.O julgamento continua rodeado de fortes medidas de segurança. Para além de pesadas penas de prisão, os imigrantes devem ser extraditados para os países de origem.Dois assaltos violentosnum anoO primeiro assalto à Ourivesaria Central, em Benavente, aconteceu a 9 e Dezembro de 2004 quando a loja estava cheia de mercadoria para ser vendida na época natalícia. Os ladrões agrediram o proprietário, partiram as vitrines e levaram tudo que puderam .Um ano depois, a 22 de Dezembro último, o proprietário foi violentamente agredido por um grupo de assaltantes que o deixaram inconsciente e levaram artigos avaliados em dezenas de milhares de euros.Segundo a GNR, que tomou conta da ocorrência, o assalto aconteceu numa altura em que o proprietário da ourivesaria estava a fechar a porta do estabelecimento para ir para casa. O comandante da secção de investigação criminal do grupo territorial de Santarém explicou que a vítima foi agarrada por trás, na zona do pescoço, e introduzida à força no interior do estabelecimento. Os assaltantes, para evitar que o dono do estabelecimento gritasse, colaram-lhe uma fita adesiva na boca. As agressões terão sido concretizadas com recurso a objectos contundentes, que não foram encontrados no local. A gravidade das agressões obrigou a que o proprietário da ourivesaria fosse transferido para o Hospital de S. José, em Lisboa, depois de assistido no Centro de Saúde de Benavente. Os assaltantes levaram todos os artigos que estavam na montra, bem como diversos objectos de ourivesaria que se encontravam dentro de um cofre numa das dependências do estabelecimento inacessível ao público. O que leva a crer que os homens já conheciam o espaço. O MIRANTE não conseguiu apurar o montante dos prejuízos causados pelos assaltantes, mas um familiar da vítima garantiu que foram “largas centenas de milhares de euros”. Uma boa parte das economias de uma vida de trabalho do ourives de Benavente. Nelson Silva Lopes
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