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Póvoa e Forte da Casa disputam GNR

Póvoa e Forte da Casa disputam GNR

António Inácio denuncia más condições e quer levar a Guarda para o Forte

Chove como na rua no posto da GNR da Póvoa de Santa Iria. O presidente da junta do Forte da Casa comprometeu-se a realojar a GNR com dignidade na sua freguesia, mas o autarca da Póvoa não abre mão e vai fazer tudo para ficar com a Guarda na sua cidade.

O posto da GNR da Povoa de Santa Iria, há muito que não oferece as condições mínimas de trabalho e habitabilidade aos cerca de três dezenas de militares ali colocados. A semana passada o presidente da Junta de Freguesia do Forte da Casa denunciou o estado “miserável” das instalações e comprometeu-se a alojar a Guarda na sua freguesia. O presidente da vizinha Póvoa, não quer deixar sair a GNR e está disponível para custear as obras de recuperação do posto que é responsável pelo policiamento de uma área com 43.600 habitantes nas duas freguesias.Instalado “provisoriamente” há vários anos no número 1 da Avenida Antero de Quental, na Quinta da Piedade, o posto tem várias dependências repletas de humidade devido às infiltrações do terraço e, por vezes, chove mesmo dentro do posto, entrando a água da chuva pelas clarabóias. António José Inácio, presidente da Junta de Freguesia do Forte da Casa, levou o assunto à última reunião de câmara, no dia 15 de Março na sua freguesia, sugerindo à presidente Maria da Luz Rosinha que, em colaboração com os presidentes das duas freguesias, exijam ao governo a construção “urgente de um novo quartel que dignifique esta força de segurança”.O autarca recordou que há um terreno disponível entre a Rua Batista Pereira e a rotunda dos Caniços, no limite das duas freguesias, “há muitos anos”.“Aquilo não tem mesmo condições. Os tectos estão protegidos com plásticos e, de vez em quando, têm de empurrar a água, levantando o plástico com um pau para a água não lhes cair em cima, a caserna é deplorável, cheia de humidade”, referiu António José Inácio a O MIRANTE.Um militar dorme numa dependência tão exígua que “teve de tirar a porta de um armário senão não consegue entrar”, afiança o autarca do Forte da Casa. Além disso o posto não tem condições para receber elementos femininos da Guarda.O MIRANTE tentou realizar uma reportagem no interior da unidade, mas tal não foi autorizado em tempo útil.Privados cedem espaçoAntónio Inácio revelou ao nosso jornal ter contactado três entidades da sua freguesia que disponibilizam espaço para instalar provisoriamente a GNR, até ser construído um novo quartel. O autarca considera ser “urgente” a retirada das actuais instalações, porque “o seu estado de degradação é prejudicial à saúde dos homens que ali trabalham”. António José Inácio adianta que o executivo da junta vai enviar ao Primeiro-Ministro e ao Ministério da Administração Interna o documento que foi também entregue a Maria da Luz Rosinha, na última reunião de câmara e onde reivindicam medidas urgentes. O presidente da Junta da Póvoa de Santa Iria, não concorda com a pretensão do autarca vizinho, de levar para o Forte da Casa a GNR, mesmo que provisoriamente. Jorge Ribeiro, só teve conhecimento da intervenção de António José Inácio, na reunião de câmara por O MIRANTE. Um facto estranho porque ambos são eleitos do PS.“Estou disponível para ajudar a fazer as obras necessárias, temos três orçamentos”, refere o autarca. “Já desafiei o António José Inácio para, em conjunto, fazermos as obras no posto”, acrescenta.Jorge Ribeiro recorda que o Subsecretário de Estado da Administração Interna visitou recentemente o posto da GNR e tomou conhecimento da situação que “não é novidade nenhuma”, considerando que terá de ser o Ministério da Administração Interna (MAI) a tomar uma decisão. “A Povoa é uma cidade de grande dimensão, com trinta mil habitantes. Não vejo com bons olhos a deslocalização da GNR para o Forte da Casa. Estou disponível para, em conjunto com outras entidades, arranjar um espaço para instalar o posto”, remata Jorge Ribeiro.Apesar da situação já ser conhecida dos mais altos responsáveis da GNR e do MAI, não há solução à vista. Aliás na visita que fez às instalações, em Janeiro, o Subsecretário de Estado da Administração Interna reconheceu que a situação do Posto da GNR da Povoa de Santa Iria era “grave”, mas não se comprometeu em arranjar solução, remetendo uma decisão para um estudo que deverá ser apresentado a meio deste ano.José Bernardes
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