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Operário Meiaviense vive dias difíceis

Sem dinheiro para as obras no campo e em último no campeonato

A vida não está fácil para o Operário Meiaviense. A Câmara de Torres Novas tem-se atrasado sucessivamente no pagamento dos apoios acordados com o clube e os directores já tiveram de contratar um empréstimo bancário de 30 mil euros para pagar as obras.

Os atrasos da Câmara Municipal de Torres Novas no pagamento das tranches acordadas com o Clube Operário Meiaviense, da Meia Via, estão a causar grandes dificuldades aos responsáveis da colectividade torrejana.A autarquia e o clube assinaram um protocolo onde a primeira se comprometia a entrar com uma verba de 45 mil euros para financiar as obras que o clube está a efectuar no seu parque de jogos, mas o pagamento em tranches não está a ser feito atempadamente. Até ao momento a câmara já devia ter entregue cerca de 34 mil euros mas só pagou 12 mil e quinhentos euros, faltando por isso cerca de 21 mil euros.Os dirigentes do Clube já foram obrigados a avançar com a contratação de um empréstimo de 30 mil euros para pagamento de uma parte das obras que já estão efectuadas, mas mesmo assim continuam com dificuldades em continuar a desenvolvê-las.“As obras estão paradas e pior ainda é o facto de já termos sido ameaçados por uma empresa que forneceu materiais, de avançar com o pagamento de uma dívida para o contencioso”, afirmou ao nosso jornal o presidente do Operário Meiaviense, Filipe Neves.As obras que estão a efectuar - construção de uma pequena bancada, de um posto médico, cobertura dos balneários e um polivalente descoberto - estão orçadas em mais de cem mil euros, e visam dar melhores condições para os atletas do clube e para a população em geral. No protocolo assinado com a câmara municipal e num outro assinado recentemente com a Junta de Freguesia da Meia Via, uma das contrapartidas é a das instalações ficarem também ao serviço da comunidade escolar e de toda a população da freguesia. É por isso também que Filipe Neves diz não compreender bem o atraso da câmara na disponibilização das verbas.“Sempre que nós nos dirigimos à câmara, recebemos a informação de que temos que esperar, porque dizem que não há dinheiro”, diz o presidente do clube, que acrescenta que a obra que estão a efectuar “é uma obra política”. Tudo começou na altura da campanha para as eleições autárquicas. “A direcção do clube falou com o presidente da câmara, que era então candidato, e que de imediato mandou avançar com o projecto, que a autarquia iria financiar, e nós fomos levados na onda de entusiasmo e avançámos mesmo, porque não esperávamos tantas dificuldades”, referiu Filipe Neves.Entretanto, a Junta de Freguesia da Meia Via, ciente das dificuldades que os dirigentes do Meiaviense enfrentam, e ciente do bom trabalho que têm vindo a desenvolver, decidiu apoiar financeiramente as obras, assinando um protocolo de ajuda financeira no valor de cinco mil euros, que serão pagos em tranches mensais. “É sempre um bom apoio, mas não vai permitir que avancemos com as obras. O empreiteiro só volta quando tiver garantias de haver dinheiro para pagar”, explicou o presidente do clube. Mas segundo Filipe Neves há ainda outro problema que persiste. Os terrenos do campo de futebol ainda não estão registados em nome do clube, uma situação que já se arrasta desde que o Meiviense foi obrigado a deixar as antigas instalações devido às obras de construção da A 23, e passou para o local actual.O proprietário do terreno condicionou sempre a passagem do terreno para a posse do clube, com a aprovação de uma urbanização para o resto do terreno, situação que tem sido de difícil execução. O problema é que sem registo dos terrenos em seu nome, o clube está impedido de se candidatar a fundos estatais ou comunitários.“Tanto quanto sabemos a situação da urbanização já está resolvida, e temos a garantia de que num futuro mais ou menos próximo a situação será regularizada. Só com essa garantia é que avançámos com as obras, não queríamos estar a fazer filhos em mulher alheia, mas ainda não existe escritura a dizer que o campo é do Operário Meiaviense”, disse o presidente.O MIRANTE contactou a Câmara de Torres Novas via fax para obter esclarecimentos sobre o atraso no pagamento dos apoios e sobre o ponto de situação do licenciamento da urbanização junto ao campo de futebol, mas até ao fecho desta edição não recebeu qualquer resposta do presidente da autarquia.

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