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Inovação é a chave do êxito

Palestra de Octávio Oliveira sobre marketing territorial no Politécnico de Tomar
“Em Portugal o que mais há são estudos de análise, de diagnóstico e de estratégia. Há estudos a mais e acção a menos”. As palavras são de Octávio Oliveira, director do Centro de Formação Profissional para a Indústria de Cerâmica das Caldas da Rainha (Cencal) que na quinta-feira foi ao Instituto Politécnico de Tomar (IPT) falar de marketing e competitividade territorial.Partindo de um ponto fulcral – que fazer marketing territorial é muito mais que “vender” um território - o responsável do Cencal referiu que as estratégias devem ser feitas de forma consistente e concertada e não de uma maneira “desgarrada”.“Temos de saber para onde vamos e como vamos lá chegar”, salientou o ex-vereador da Câmara de Torres Novas, acrescentando ser na inovação e na diferenciação que está a chave do êxito. “Ser iguais aos outros é caminhar para o fracasso”.Perante uma plateia de três dezenas de alunos, Octávio Oliveira não se coibiu de dar exemplos, bons e maus, do que se tem feito na região em termos de promoção territorial.Constância é o bom exemplo. A pequena vila ribatejana apostou de uma forma inteligente, segundo Octávio Oliveira, na valorização das riquezas naturais – o rio – e patrimoniais que detém e alavancou uma estratégia ganhadora em seu redor.Uma estratégia que apostou no turismo de natureza e ambiente sem descurar a qualidade de vida dos seus habitantes. E ganhou a aposta porque, segundo o orador, a estratégia foi feita a partir de uma base em que todos os actores locais foram ouvidos e/ou tiveram intervenção.A era das zonas industriais está a acabar, garantiu Octávio Oliveira, dando novamente como exemplo a vila banhada pelo Zêzere – “Constância não precisou de ter uma zona industrial para vingar territorialmente”.Ao contrário, outros aglomerados populacionais da região apostaram precisamente na instalação de empresas que levassem ao seu desenvolvimento. Como o caso de Torres Novas, terra onde reside Octávio Oliveira. Que no passado apoiou financeiramente a instalação de empresas que entretanto abandonaram o concelho, depois de terem conseguido o retorno do investimento.“Há 15 anos Torres Novas concorria com Santarém para a instalação de uma empresa de produção de carnes. E ganhou essa batalha. Mas hoje está instalada em Santarém uma outra empresa semelhante e Torres Novas viu a sua fechar as portas”, afirmou o orador.Que lembrou que hoje o marketing e a competitividade não podem ser geridos isoladamente, mas num meio territorial mais envolvente, “onde não se mede forças com o vizinho do lado mas à escala ibérica, europeia, mundial e planetária”.“O sucesso do marketing territorial mede-se pelo nível de satisfação dos habitantes, tem a ver com as suas necessidades e expectativas e envolvendo todos os agentes locais e muitas vezes regionais. Só assim se cria a verdadeira competitividade territorial”.

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