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Regresso ao Passado

Falta a este concelho algo como um comunitário sentimento de pertença! Uma “alma comum”, se quisermos! E se é verdade que a mesma transcende a simples inexistência de uma grande festividade de referência, não o é menos que, por algum lado, se terá de começar!

O esgotar gradual das potencialidades que (a dita) tradicional Romaria às Ómnias (que marca supostamente o carácter sacro-festivo das festas do município sacalabitano), vem revelando nas últimas décadas, lançou há alguns anos, um acesso debate acerca da razão de ser desta efeméride como matriz do “dia do município” e, deste modo, como catalizador das respectivas festividades municipais.Sem querer tomar partido numa problemática que tanto polemizou os intelectuais sacalabitanos (pena é que sem resultados visíveis), permita-se dizer, contudo, que a opção do actual executivo de reanimar a Romaria às Ómnias, após suspensão da mesma nos últimos anos (sem, porém, se ter encontrado qualquer outra solução) pode ser encarado, até, como um passo atrás, que só uma qualquer estratégia de diagnóstico poderá eventualmente justificar.Na verdade, se há caso em que se exige, simultaneamente, coragem na rotura com o passado e clarividência na perspectivação do futuro é, concerteza este!Porque, de facto a solução Ómnias, nem em termos espaciais, nem logísticos (actuais ou susceptíveis de ser desenvolvidos) nem sequer e, principalmente, em termos devocionais, congrega qualquer solução de futuro.E, afinal, Santarém precisa de uma grande festividade concelhia!Que sirva de factor de coesão municipal!Que reconcilie a cidade consigo própria e, identifique, esta, com as freguesias rurais!Que contribua para que a sua elite cultural deixe de entender a cultura do concelho como sinónimo da cultura da cidade! A cultura da cidade, como sinónimo de património! E património, como sinónimo de património edificado!Não sei se a solução está na reanimação da “Romaria à Senhora da Saúde”, com potenciais bem mais significativos, diga-se de passagem, tanto espaciais como devocionais.Se na adopção do “Dia da Conquista de Santarém”: data histórica basilar do processo de formação da nossa nacionalidade e susceptível, entre outras coisas, de potenciar reconstituições históricas de interesse cultural e turístico.Ou, ainda, na opção pelo Santíssimo Milagre, hoje por hoje Santuário Nacional, foco de atracção crescente de um turismo religioso, por enquanto ainda selectivo.Não sei se nalgumas destas ou numa das inúmeras outras que têm sido sugeridas.Sei, porém, que Santarém necessita de uma grande iniciativa festiva anual, aglutinadora de coesões internas e fomentadora de atracções externas.Que, naturalmente, possa constituir um referencial cíclico determinante do imaginário festivo das populações concelhias!Que, por exemplo, as Feiras da Piedade e do Milagre, a seu tempo, já constituíram! De que a Feira do Ribatejo, a seu modo, já participou!Se não existe,... inventem-na! Mas por favor, não continuem a apostar em soluções moribundas!Até porque o turismo cultural (e dentro deste o turismo religioso), constitui hoje uma das opções mais sustentáveis de promoção regionalista das cidades não litorais.Nós é que, pelos vistos (apesar das tais potencialidades que não nos cansamos de apregoar) ainda não nos apercebemos disso!

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