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Pagar para trabalhar

Pagar para trabalhar

Elementos de investigação da GNR utilizam equipamentos e viaturas pessoais.

Os guardas da GNR e Brigada de Trânsito que trabalham na investigação criminal e de acidentes têm que comprar computadores portáteis para poderem exercer a sua actividade.

Os militares das secções de investigação da GNR e da Brigada de Trânsito (BT) de Santarém têm que utilizar equipamentos pessoais para poderem desempenhar as suas funções. Os computadores portáteis que os investigadores usam foram comprados com o seu dinheiro, já que os meios disponibilizados pela Guarda são escassos e obsoletos. O comandante do destacamento de Santarém da Brigada de Trânsito, capitão José Rosa, questionado por O MIRANTE, confirmou que os militares têm que comprar computadores porque são bastante úteis para o seu trabalho. Estes militares exercem a sua actividade essencialmente no terreno e a BT apenas disponibilizou um equipamento desses para sete investigadores. A secção conta apenas com dois computadores de secretária. Um deles era propriedade do comandante e foi oferecido à secção. Situação que o capitão também confirmou. As comunicações também são limitadas. A secção de investigação de acidentes da BT tem dois telemóveis. Um deles apenas permite ligações para números da GNR e o outro tem um plafond mensal de dez euros. Se os guardas precisarem de contactar testemunhas, suspeitos, no âmbito de processos de investigação e ultrapassarem o limite têm que pagar as chamadas do seu bolso. Se neste momento acontecerem dois desastres rodoviários em simultâneo, uma das equipas de investigação de acidentes tem que se deslocar num carro pessoal. Segundo reconheceu José Rosa, os elementos dispunham de duas viaturas, uma de 1994 com mais de 500 mil quilómetros e outra de 1998 com 490 mil quilómetros. Mas uma delas avariou. O destacamento da Brigada de Trânsito de Santarém é, segundo disse o capitão, o único que não tem Internet nem e-mail. Na GNR territorial, os guardas de investigação criminal também têm que usar os seus portáteis pessoais. E a maior parte das viaturas que usam estão estafadas. Os três oficiais superiores e um capitão que exercem funções de comando no grupo de Santarém sentem muitas vezes dificuldade em arranjar veículos, quando precisam de sair em serviço ou para operações policiais. Mais caricato ainda é o facto de ter sido criada há um ano a Equipa de Protecção da Natureza e Ambiente em Zona Específica (EPNAZE), que actua no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, e não lhe ter sido atribuída uma viatura. Os militares estão dependentes da disponibilidade do posto de Rio Maior, onde estão instalados, que cedem um jipe quando este não é preciso. Recentemente foram também criadas as equipas de intervenção rápida que actuam em casos de distúrbios da ordem pública. Ou em operações de apoio às patrulhas. Mas algumas destas equipas, pelos meios motorizados que usam, são tudo menos rápidas. A que serve o destacamento de Santarém (inclui os postos de Santarém, Pernes, Cartaxo, Almeirim e Alpiarça), sedeada em Almeirim, usa uma carrinha Toyota Hiace com nítidas dificuldades de circulação. Os elementos das equipas de intervenção de Abrantes e de Torres Novas também têm dificuldades de circulação célere, uma vez que usam jipes antigos, desadequados e sem condições de conforto para os guardas. Interpelado por O MIRANTE para se pronunciar sobre a visível carência de meios, o oficial de relações públicas e comandante da investigação criminal do grupo territorial de Santarém, major Lopes Pereira, considera que “os meios que são postos ao nosso dispor são aqueles com que temos de trabalhar”.Mas Lopes Pereira reconhece que se dispusessem de “mais meios a capacidade de resposta seria diferente. Para melhor”. António Palmeiro
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