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Trabalhar no sector da reciclagem é ajudar a proteger o ambiente

Trabalhar no sector da reciclagem é ajudar a proteger o ambiente

Armando Piedade da Silva, Lda., uma empresa de utilidade social

A empresa Armando Piedade da Silva, lda. empresa de reciclagem, foi criada há seis anos em Loures, veio para Salvaterra de Magos há cinco anos. Foi a concretização de um desejo de Armando Piedade Silva que, desde os 14 anos de idade trabalha no sector da reciclagem. A filha, Alice Santos, que conversou com O MIRANTE sobre a empresa diz que a mudança de Loures, de onde a família é oriunda, para Muge foi proveitosa. A empresa tem crescido e esse crescimento só não é ainda maior porque o Estado teima em não reconhecer o papel social de quem trabalha num sector que é fundamental para a preservação do ambiente.

Que trabalho fazem especificamente?Fazemos o transporte de resíduos industriais das empresas que nos contratam, para aterros ou para a inceneradora. Recolhemos cartão, papel e plástico, tanto de empresas como de particulares, para reciclagem. Temos dois camiões que transportam lixos industriais e temos contentores e compactadores em supermercados, hipermercados e fábricas, para recolha de cartão e plástico, separadamente.Como é feito todo o processo de reciclagem aqui na vossa empresa?O camião sai das nossas instalações com um contentor vazio. Deixa na fábrica ou no hipermercado. Quando esse contentor estiver cheio de cartão ou plástico volta para aqui. O lixo vai directamente para o aterro sanitário. Os empregados separam o papel, o plástico e o cartão. O empilhador empurra, por exemplo, o cartão para a máquina, depois deste ser seleccionado, porque nem todo o cartão é reciclável. Depois de separado e empilhado, o cartão é enfardado. Esses fardos são armazenados e seguem para a fábrica que faz a reciclagem. Assim como o plástico.Que motivos vos levaram a abrir a empresa de Reciclagem Armando Piedade Silva?Como o meu pai sempre trabalhou nesta área decidiu abrir um negócio próprio para a família. Como nós, filhos, trabalhávamos também neste ramo decidimos apostar no armazém de reciclagem. É um investimento para a nossa vida futura.A reciclagem já entrou nos hábitos dos portugueses? As pessoas ainda são um bocadinho preguiçosas. Os portugueses deviam reciclar mais. Reciclar tudo aquilo que é possível reciclar. Não custa nada separar o cartão e o plástico. Outro problema é que as pessoas julgam que certos materiais são recicláveis e isso nem sempre é verdade. Por exemplo, chegam muitas vezes à nossa empresa embalagens Tetra-Pack, para serem recicladas e temos que mandar para o lixo porque são materiais não reutilizáveis. Ainda existe muita desinformação relativamente à reciclagem.Quais são as perspectivas de crescimento da vossa empresa?São boas, mas se tivéssemos apoios por parte do Estado, as perspectivas de crescimento seriam muito melhores. Tudo o que temos hoje, posso dizer, foi construído à nossa custa. Se o Estado nos apoiasse, visto que a nossa empresa serve o interesse comum, poderíamos ampliar as nossas instalações e construir outro armazém. Faríamos uma nova linha de triagem. Compraríamos equipamento moderno e inovador que pudesse melhorar, ainda mais, o nosso trabalho. Assim, vamos construindo aos poucos, à medida das nossas possibilidades financeiras. Esta área da Reciclagem está em desenvolvimento em Portugal?Sim. Apesar dos custos elevados ao nível do investimento financeiro, é um ramo que tem futuro. O futuro passa pela reciclagem e esta, tem que ser, cada vez mais, valorizada. Se não reciclarmos, corremos o risco de, um dia, não termos matéria-prima para produzir papel e plástico. As pessoas têm que tomar consciência disso.Pretendem aumentar o volume de negócio da vossa empresa?Desde que começamos que temos vindo a aumentar o nosso volume de negócio. Além da família, tínhamos um único empregado. Agora já temos quatro. Tivemos que aumentar o número de empregados para podermos responder ao número de clientes que também tem vindo a crescer.Acha que esta zona é boa para se fazer um investimento empresarial como o vosso?Aqui na zona de Muge e Salvaterra é muito boa mesmo. A Câmara Municipal ajudou-nos imenso. Sempre que precisamos de alguma coisa, basta contactarmos a Câmara que resolvem-nos o problema. Só não ajudam se não puderem. Além disso, esta é uma zona em expansão e estamos perto de todos os grandes centros do Ribatejo e Alentejo. Tem ideia da quantidade de papel e plástico que reciclaram em 2005?Em relação ao plástico, só em 2005 reciclamos 376.690 kg, dos quais 120.000 kg foram plástico de fita de rega. Relativamente ao cartão, reciclamos cerca de 3.482 toneladas. Se considerarmos que por 50kg de cartão é uma árvore que não se corta, já poupámos a vida a muitas árvores.
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