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Ângela Florêncio

Ângela Florêncio

19 anos, empregada de balcão, Azambuja

“A vila de Azambuja acaba por ser só um dormitório e os habitantes não passam cá tempo nenhum. Tem poucos elementos atractivos e pouca ocupação para os jovens, essencialmente. No entanto, tem vindo a melhorar aos poucos”.

Qual é o preconceito que mais a enerva?O racismo é, sem dúvida, um preconceito que me irrita muito.Os adolescentes vivem demais as novelas da televisão?Não me parece. Por exemplo, a morte do actor dos Morangos com Açúcar mexeu imenso com muitos adolescentes, mas neste caso qualquer um de nós se sentiu afectado. Era uma pessoa que os seguidores da novela estavam habituados a ver diariamente na televisão e, de um dia para o outro, desaparece. Perturba qualquer um. Mas penso que não, as pessoas sabem distinguir a realidade da ficção.Porque é que existe um número tão elevado de divórcios?Na maior parte das vezes, acredito que seja por precipitação. Talvez pela ânsia de reaver a “liberdade”, não sei. Custa-me a perceber, até porque casa-se cada vez mais tarde mas também não é por isso que as relações resultam. Além disso, actualmente, privilegia-se mais o aspecto profissional, as pessoas já não estão tão viradas para a família.O que é que tem a dizer do desempenho do novo Papa até agora?Para dizer a verdade, acho que ele também se tem precipitado. Eu não sou católica praticante, mas parece-me que as ideias dele vão ser um pouco difíceis de se fazer ouvir. As pessoas estão, cada vez mais, a afastar-se da Igreja, e acho que há aspectos a que se deve dar mais atenção do que aqueles que o Papa Bento XVI, geralmente, condena.Já foi a pé a Fátima? Já estive para ir, mas por motivos profissionais não pude. Gostava muito de o fazer, não pelo significado de pagar promessas mas porque me parece interessante pela viagem e pela camaradagem.Qual é a festa da região que mais gosta?A Feira de Maio, sem dúvida. Penso que é a melhor festa do Ribatejo. Tenho muito orgulho na nossa festa e acho que é a melhor em todos os aspectos. É onde eu me sinto melhor, até porque sinto mais segurança.A imagem do português mal-educado já está ultrapassada?Aos poucos e poucos vamos perdendo essa imagem. As pessoas tem mais consciência daquilo que não fica bem.Os padres deviam poder casar?Penso que não. Se é padre, tem que dedicar a vida à Igreja e a Deus. Se foi a profissão que escolheu e essa não lhe permite casar tem que respeitar.O que menos lhe agrada na Azambuja?A falta de ocupações. A vila acaba por ser só um dormitório e os habitantes não passam cá tempo nenhum. Tem poucos elementos atractivos e pouca ocupação para os jovens, essencialmente. No entanto, tem vindo a melhorar aos poucos.Qual é a profissão dos seus sonhos?Talvez veterinária porque adoro animais. Na verdade, também não me importava de ser enfermeira ou médica. Tudo o que tenha a ver com a saúde desperta o meu interesse.Um desenho animado que a tenha marcado.Sem dúvida, o Tom Sawyer. Adorava a personagem. Agora começa a ver-se esses desenhos animados outra vez mas não tem nada a ver com os “bonecos” de hoje em dia. São muito mais agressivos e vivos, mas acaba por ter a ver com o ambiente que se vive actualmente e as crianças já nem estranham.
Ângela Florêncio

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