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Meio milhão de euros por água abaixo

Meio milhão de euros por água abaixo

Quase um terço da água comprada pela Câmara de Tomar não chegou aos consumidores

A Câmara de Tomar pagou no ano passado mais de um milhão de metros cúbicos de água que não chegou ao consumidor final. As perdas financeiras ultrapassam meio milhão de euros.

Quase um terço da água (29 por cento) que a Câmara de Tomar comprou o ano passado não chegou a casa dos consumidores. As perdas de água totalizaram mais de um milhão de metros cúbicos, com mais de meio milhão de prejuízo financeiro para a autarquia..Dos 3,715 milhões de metros cúbicos de água adquiridos pelos Serviços Municipalizados de água e Saneamento (SMAS) de Tomar apenas foram consumidos pouco mais de 2,6 milhões de metros cúbicos.O restante perdeu-se entre rupturas de condutas e utilização ilegal dos ramais, sem contador. As perdas financeiras para a câmara, segundo os dados do relatório de 2005 dos SMAS, totalizam mais de meio milhão de euros.O presidente do município não parece muito preocupado com a situação. Perante as questões levantadas pela oposição na última assembleia municipal, António Paiva (PSD) respondeu que “perdas são sempre perdas”, referindo que para aquele valor (29 por cento do total de metros cúbicos comprados) contribuiu também a utilização de água por parte dos bombeiros.De acordo com o autarca os bombeiros fizeram muitas ligações directas a bocas de incêndio, no combate aos fogos do Verão passado, particularmente no nordeste do concelho. “As bocas-de-incêndio não têm contadores por isso essa água não foi contabilizada como consumida mas foi-o efectivamente. Por isso considero que relativamente a essa situação não se podem considerar perdas”, afirmou o presidente da câmara.Que admite, no entanto, haver água a ser consumida de forma irregular, embora numa percentagem mínima em relação ao total. As rupturas provenientes de sistemas antigos e as regas de zonas ajardinadas da cidade feitas ainda a ligações sem contadores são, na opinião de António Paiva, os principais responsáveis pelas perdas de água.A O MIRANTE o autarca não considerou significativo o valor das perdas. “Isso é uma situação normal em todas as câmaras. Duvido que encontre um município do distrito que tenha menos perdas de água que o nosso”, retorquiu António Paiva.A verdade é que, a fazer fé no valor do metro cúbico de água pago pela câmara à EPAL e à Águas do Centro, que o presidente diz rondar os 50 cêntimos, e os metros cúbicos perdidos entre a captação e o consumidor final, o município teve um prejuízo superior a meio milhão de euros.Um valor que a bancada dos Independentes por Tomar diz ser muito superior já que pelas suas contas, feitas com base no relatório de 2005 dos SMAS, o valor do metro cúbico pago pela câmara é no mínimo o dobro desse valor.Questionado pelo deputado João Simões sobre a discrepância entre os valores apresentados nos gráficos do relatório e o montante divulgado por si, António Paiva referiu que os números do relatório, no que respeita à captação da Mendacha, são uma estimativa, já que essa captação passou a ser feita pela Águas do Centro no ano passado, ainda não estando contabilizado o valor real pago por metro cúbico.“Este município não paga água a mais de 50 cêntimos o metro cúbico”, garantiu o presidente.Margarida Cabeleira
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