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Novas cenas no drama do teatro

Centenas de agentes culturais exigem recuperação do Salvador Marques em Alhandra

“Revoltante”, “indigno” e “vergonhoso” foram algumas das expressões pronunciadas por vários munícipes para classificar a actuação da câmara no processo do teatro de Alhandra.

O drama da demolição do Teatro Salvador Marques, em Alhandra tem novos actores e novas cenas. O descontentamento foi levado novamente a reunião do executivo da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e originou tensão. A notícia dada pela presidente da autarquia de uma visita de figuras do teatro ao edifício, organizada pela Sociedade Euterpe Alhandrense, não agradou a alguns munícipes presentes que acusaram a edil de estar a tentar influenciar opiniões. “Revoltante”, “indigno” e “vergonhoso” foram algumas das expressões pronunciadas por elementos da Comissão para a Reabilitação do Teatro Salvador Marques e outros munícipes presentes na reunião de 12 de Abril relativamente à actuação da autarquia no processo do teatro. António Infante e Fernando Neves de Carvalho, do movimento cívico Xiradania, acusaram Maria da Luz Rosinha de ser responsável pela “vandalização de um património de todos”. Rui Perdigão, da comissão, o mais exaltado, acabou por se retirar da reunião, depois de referir que era “intolerável ouvir” o que estava a ser dito pela presidente da autarquia.Momentos antes, Casimiro Gonçalves, outro dos elementos da Comissão para a Reabilitação do Teatro Salvador Marques, havia entregue um novo abaixo-assinado a apelar à recuperação do edifício. Desta vez as 484 assinaturas são, na sua grande maioria, de personalidades ligadas ao meio artístico, desde actores, encenadores e realizadores. Entre elas estão a de Irene Cruz, Filipe La Féria, Victor de Sousa, Eunice Muñoz, Fernanda Lapa, Glória de Matos, Luís Miguel Cintra e Nicolau Breyner.Também o vereador da CDU, Nuno Libório, se manifestou a favor da recuperação do teatro e acusou a câmara de não dialogar com a Comissão para a Reabilitação do Teatro Salvador Marques. Segundo referiu, o vereador do urbanismo diferiu, já em Dezembro de 2005, a renovação do projecto do Centro Cultural Salvador Marques. Uma atitude que, de acordo com o vereador, contradiz com a posição da presidente da autarquia que se mostra disponível a discutir novas soluções. Nuno Libório chamou ainda a atenção para o facto de o centro cultural a construir no local não respeitar o Plano de Pormenor (PP) de 1999. Segundo referiu, o edifício a construir tem uma cércea (altura da fachada) que corresponde a seis pisos, não respeitando o PP que limita ao máximo de quatro pisos as construções naquele local. Em resposta, o vereador do urbanismo da câmara municipal, João Luís Lopes, defendeu que o PP pode ser flexibilizado de forma a responder a determinadas necessidades. O vereador da CDU contestou, defendendo que “o PP é para ser cumprido”.Já o vice-presidente da autarquia afirmou que a câmara municipal “não tem dinheiro para recuperar o teatro”. Alberto Mesquita sugeriu que o “dinamismo da comissão seja canalizado para encontrar parcerias para a recuperação.”No entanto, na reunião de câmara de 1 de Março, a presidente da câmara municipal, Maria da Luz Rosinha, mostrou-se disponível para reunir com a comissão para discutir uma nova proposta, o que até à data ainda não aconteceu. Apresentada pela comissão, a proposta sugere a união do espaço do teatro com um edifício contíguo, conciliando, assim, espaços novos com espaços antigos. Sara Cardoso

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