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Vândalos atacam carros à guarda da polícia

Vândalos atacam carros à guarda da polícia

PSP de Santarém reconhece falta de condições de segurança no pavilhão onde guarda viaturas confiscadas pelo tribunal

Os intrusos penetram no espaço danificando viaturas e furtando peças. A maior parte dos veículos já só está apta para seguir para a sucata.

Meia centena de carros apreendidos está a apodrecer num pavilhão da antiga Feira Nacional de Agricultura, em Santarém. Os veículos são alvos constantes de actos de vandalismo. As instalações não têm qualquer tipo de segurança que proteja os bens que podem reverter para o Estado ou serem devolvidos aos proprietários por ordem do tribunal. Dos vários carros despejados no antigo pavilhão comercial, cedido pela câmara municipal à PSP, há viaturas que devido às pilhagens são já apenas carcaças que apenas podem ter como destino a sucata. Há carros que foram apreendidos há mais de dez anos. E que estão no local há tanto tempo que o pó acumulado não deixa descortinar a cor da pintura.Mas também existem veículos recentes como um Opel Tigra apreendido por ordem do tribunal por estar relacionado com actividades criminosas. Já lhe faltam os quatro pneus, o rádio e algumas peças. À volta do carro há sacos e materiais usados pelos serviços camarários que também utilizam o recinto como depósito de lixo, paletes de madeira velhas e canos de plástico.Alguns destes veículos estavam antigamente no parque de estacionamento em frente às instalações da PSP de Santarém, ocupando a via pública. A sua transferência para o pavilhão teve por finalidade acabar com o mau aspecto que a situação causava e libertar o espaço para o estacionamento dos cidadãos. Apesar do pavilhão ter um portão fechado a cadeado, os vândalos conseguem entrar pelo telhado de chapas de zinco que em algumas zonas está danificado. Ou por janelas que apesar de estarem bastante altas não impedem o acesso ao local. A maior parte delas tem os vidros partidos.A pilhagem de peças já obrigou a PSP a retirar os veículos mais modernos e mais valiosos para as instalações do comando distrital, onde ocupam grande parte do pátio. Por questões de segurança que são reconhecidas pelo comandante distrital da Polícia, superintendente Levy Correia. “Os carros estão à guarda do tribunal que não tem condições para os ter, entregando-os à PSP que também não tem parque para os manter nem condições para os vigiar dia e noite. E a câmara municipal, a quem pertence o pavilhão, também não tem condições para os proteger”, reconhece o oficial. Levy Correia conta que já houve ocasiões em que os carros foram entregues aos legítimos proprietários, depois de concluído o processo no tribunal, bastante danificados. Nestes casos os donos das viaturas podem intentar um processo contra o Estado, que geralmente tem que indemnizar as pessoas pelos estragos causados. Atendendo ao nível de degradação, vandalismo e ao tempo que demoram muitos processos judiciais, Levy Correia afirma que “é uma utopia qualquer pessoa pensar que qualquer carro que está no pavilhão ainda pode circular”. Para o comandante distrital a forma de evitar a situação, à falta de um local inviolável, era manter vigilância 24 horas por dia no local. Mas assim, sublinha, “passávamos a guardar os carros dos meliantes em vez de guardar os bens das pessoas de bem”. A situação já foi pior, diz o superintendente. E melhorou porque conseguiu-se junto do Tribunal de Santarém que alguns carros fossem entregues a sucateiros. No caso de viaturas apreendidas mais recentemente, a PSP tem também usado um mecanismo previsto na lei que é o de entregar os veículos apreendidos a fiéis depositários, que ficam responsáveis pela sua guarda. Enquanto os documentos do veículo ficam confiscados. Mas nem sempre isso é possível, como acontece com os carros usados em situações como tráfico de droga.
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