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A “sala” da vila de Azambuja

A “sala” da vila de Azambuja

Jardim da Areeira ocupou espaço de hortas de outros tempos

No antigo lugar de olivais, hortas e vinhas nasceu o novo Jardim da Areeira. Mais uma sala da vila de Azambuja, como lhe chamou o presidente da câmara.

Nos tempos em que os habitantes da vila de Azambuja iam buscar água à fonte da água férrea os terrenos da zona estavam repletos de olivais, hortas e vinhas. No espaço onde outrora cresciam couves e repolhos nasceu mais um jardim urbano da vila.José Caetano Ribeiro, 65 anos, ainda se lembra dos terrenos desnivelados de Azambuja que se enchiam de oliveiras e de hortas plantadas pelos moradores da zona. Semeavam-se couves, alfaces e repolhos que equilibrar o orçamento familiar numa altura de parcos recursos económicos.Os legumes eram regados artesanalmente com água da mina que nascia ali perto, a dois passos do jardim inaugurado na tarde de terça-feira, 25 de Abril. “Nas nossas casas a divisão mais importante é a sala porque é nesse espaço que os nossos filhos brincam. Os jardins são como as salas das nossas vilas e aldeias. É nesses espaços que se convive”, sublinhou o presidente da Câmara de Azambuja, Joaquim Ramos.Era lá perto, numa clareira do olival, que os antigos faziam bailes ao som do acordeão. Todas as semanas. O trabalho no campo era muitas vezes pretexto para organizar um bailarico. Lucília Teixeira, 67 anos, passeia pelo novo espaço na companhia da neta, mas preserva ainda a memória desses tempos “Arranjaram-se ali muitos casamentos”, assegura a azambujense de gema.Amândia Beirante é de Santarém, mas vive em Azambuja há 40 anos. Recorda bem o tempo em que o bairro era rodeado por macieiras e vinhas. “Já fazia falta um local de convívio”, sentencia.Hoje o espaço com quase dois mil metros quadrados, que já foi um térreo baldio, transformou-se no local de lazer para a população de uma das zonas mais povoadas da vila de Azambuja. Dois parques infantis e zonas de lazer com bancos de madeira e espaços ajardinados preenchem o novo jardim. Lucília Teixeira só lamenta que o vandalismo não poupe os espaços verdes do concelho. “À noite há quem entre no espaço para arrancar flores e fazer ralis com bicicletas”, queixa-se a moradora. A Câmara de Azambuja sente-se impotente para controlar os actos de vandalismo, mas no discurso de inauguração o presidente da autarquia apelou à população para preservar e ajudar a preservar um espaço que é de todos.A obra, executada pela empresa Ramos Catarino, custou 136 mil euros e integrou o programa Polis, o plano de requalificação urbana que está a permitir a remodelação de espaços nobres da vila. Cinquenta e cinco por cento do valor da obra foi garantido por fundos comunitários. O restante foi assegurado pela autarquia de Azambuja.Ana Santiago
A “sala” da vila de Azambuja

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